O segundo painel do Seminário TelecomESG realizado pela Teletime, nesta quarta-feira, 29, reuniu representantes responsáveis pela área de sustentabilidade de algumas das principais operadoras do País para discutir o propósito das marcas e o papel das empresas no que tange o assunto de ESG.
A head de ESG da V.tal, Juliana Pasqualini, deu início ao debate com uma palestra e defendeu, assim como os demais debatedores, que ainda há muitos desafios para o setor de telecomunicações associar-se com a agenda ESG, apesar dos avanços.
Para ela, o destaque é a diversidade, equidade e inclusão na cadeia de telecomunicações como um todo, não somente em cargos gerenciais ou de tecnologia. "Na base também, na operação, são poucas técnicas", declarou. Em sua opinião, a pauta exige uma colaboração entre o governo, empresas, sociedade civil e ONGs.
Ser protagonista em sustentabilidade exige que as empresas de telecomunicações estejam conectadas com as demandas da sociedade, do meio ambiente e que tenham uma "visão futurística", de acordo com a diretora de Sustentabilidade da Vivo, Joanes Ribas. "Não adianta você atender só as demandas que estão acontecendo agora", afirmou. Ela destacou o programada da Vivo de incluir profissionais mulheres nas atividades técnicas, como instalação e manutenção de redes.
A diretora reiterou que a Vivo se preocupa com os indicadores de forma geral. "Os desafios que temos não são somente sociais, são as emissões também. Antes mesmo das emissões entrarem no combo, já tínhamos reduzido mais de 70%. Depois que entrou na agenda, ainda chegamos a 88%. Então, olhamos tanto para a parte social, quanto ambiental e também de governança. Até digo que a governança é o que norteia todas as ações da companhia hoje", disse.
Chief ESG Officer da Oi, Duílio Novaes, acredita que são inegáveis os avanços já vistos dentro do setor de telecomunicações. "Mas, a gente não pode ficar satisfeito. Não é porque evoluímos que não podemos evoluir ainda mais", desafia. Ele salientou, em especial, os desafios referentes à diversidade e inclusão.
Na opinião de Novaes, o senso de pertencimento é algo importante e que ainda deve ser bem trabalhado. "Existem empresas que são diversas, mas não são inclusivas; empresas que são diversas e inclusivas, mas não são equitativas; outras que são diversas, inclusivas e promovem a equidade, mas que não causam uma sensação ou um sentimento de pertencimento no seu colaborador", alerta.
Como representante de uma ISP, Flávio Rossini, diretor de assuntos corporativos da Vero, salientou que não é preciso muito para começar. Em sua opinião, mesmo que uma empresa ainda esteja se consolidando no mercado, o crescimento não pode tirar o foco da agenda ESG, pois seria como perder o propósito. "Com pouco, eu mobilizo vários times e mudo a vida de diversas pessoas", defendeu em menção ao projeto de escolas conectadas realizado pela Vero.