Rodrigo Abreu, da Oi: "não faz sentido investir em DTH"

Após investimentos fortes em capacidade de satélite para a TV paga e de ter sido a única operadora nos últimos anos a apresentar crescimento no segmento de pay TV, a Oi agora não considera mais a tecnologia DTH como sua prioridade. O COO da operadora, Rodrigo Abreu, deu a entender que essa estratégia foi equivocada justamente em um momento no qual a crise da empresa começava a enfrentar dificuldades.

"Não faz sentido investir em DTH em momento nenhum. A Oi é a única que cresce [no mercado de TV por assinatura] por conta de uma estratégia adotada em um momento completamente diferente de hoje", afirma. Ele argumenta que subsidiar cliente e comprar equipamentos (set-top) para satélite não fazem sentido na estratégia atual: para o segmento de TV paga, a empresa planeja investir no crescimento do IPTV associada à banda larga FTTH, além de "parcerias com OTTs" para servir de hub de conteúdo via streaming. Recentemente a empresa também lançou sua "streaming box", uma caixa conectada que agrega conteúdos lineares e não lineares, mas que funciona apenas sobre a rede banda larga (da própria Oi e de terceiros).

"Em ambiente de Capex restrito, a companhia investiu R$ 600 milhões em DTH, não faz sentido [fazer isso] tendo um plano de R$ 7 bilhões pela frente para cumprir com fibra, em residencial e no móvel", disse ele em conversa com jornalistas nesta quarta, 30. 

Notícias relacionadas

A Oi decidiu em 2012 investir forte em DTH, contratando toda a capacidade de banda Ku do satélite SES-6 para o País no ano seguinte, o que mais do que dobrou a quantidade de canais que a OiTV poderia oferecer. Durante painel na Futurecom nesta quarta-feira, Rodrigo Abreu deu a entender que o Capex destinado a essa operação satelital influenciou na decisão da operadora de não participar do leilão de 700 MHz, ocorrido em 2014. Na época, a tele não mencionou razões financeiras para se abster, mas justificou que a frequência de 700 MHz só poderia ser utilizada em 2019. Por isso, "decidiu manter a sua estratégia de investimento em projetos estruturantes de rede que atendam aos objetivos de melhoria do nível de qualidade e percepção dos serviços prestados aos seus clientes no acesso fixo e móvel e reforçar os investimentos em aumento de cobertura e capacidade da rede móvel e na expansão de banda larga e TV paga, numa lógica multiprodutos e convergência a nível nacional", conforme justificou ao mercado à época. Agora, a empresa procura retomar o tempo perdido sem a banda ao confirmar interesse no próximo leilão.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!