Uma das líderes no mercado de infraestrutura para telecom, a Huawei entende que aspectos técnicos devem ser priorizados na discussão sobre redes de acesso neutras com fornecedores desintegrados (OpenRAN). "Essa é uma questão técnica, não política", argumentou o diretor de soluções integradas da Huawei do Brasil, Carlos Roseiro.
Durante conversa com jornalistas realizada nesta quarta-feira, 30, Roseiro afirmou que a companhia considera as soluções de padrão aberto como mais uma concorrente entre as opções que já estão no mercado.
"Estamos dispostos a falar com operadoras e mostrar para elas que nossas soluções são as melhores. A nossa perspectiva é que o mais importante é discutir com as operadoras e saber o que elas precisam", sinalizou Roseiro. "Não vamos colocar OpenRAN sem saber direito do que estamos falando", adicionou, afirmando que o aspecto técnico da nova padronização é bastante complexo.
Nos últimos meses, o governo norte-americano tem realizado movimentos de apoiar o padrão aberto como alternativa a fornecedoras chinesas como a própria Huawei. Já concorrentes no mercado de infraestrutura como a Nokia têm se mostrado mais abertas a abraçar o modelo.
Redes privadas
A Huawei também mostrou ceticismo com a implementação de redes privadas no Brasil sem a presença de operadoras. Segundo Roseiro, ainda que nos últimos meses tenha ocorrido um interesse grande de empresas de verticais pelo 5G, a definição de áreas prioritárias pelas teles será determinante na adoção B2B.
"Na China, a operadora dá ao cliente final ofertas de rede privada. Então não significa necessariamente não depender de uma operadora". Neste sentido, a Huawei deve priorizar o relacionamento com as parceiras de telecom, atendendo verticais de forma direta apenas em casos pontuais.
A própria parceria da fornecedora para implementação de soluções 5G (ao lado da Sul Americana de Metais – SAM) pode contar com a presença de uma operadora no futuro. A decisão, segundo Roseiro, dependerá da mineradora.