A taxa de ocupação dos satélites que atendem a América Latina é alta e as necessidades de capacidade para o futuro de acordo com todas as previsões também. Adicionar capacidade, entretanto, não é uma tarefa fácil. O custo envolvido no lançamento de um novo satélite é da ordem de milhões de dólares e desde a tomada de decisão ao lançamento em si podem se passar até três anos, prazo que dificulta a acuidade de qualquer previsão. Isso significa que as empresas correm o risco de superestimar a demanda, e colocar no mercado mais capacidade do que efetivamente poderão vender.
Para tentar equilibrar a previsão do setor com a demanda futura real, é preciso que os clientes se planejem com antecedência e comuniquem a indústria sobre seus projetos. "O cliente tem que conversar com a indústria com alguma antecedência. O cliente se acostumou mal. É impossível atender um projeto de DTH que precisa de 20 ou 30 transponders de uma hora para outra", defende Jurandir Pitsch, vice-presidente de desenvolvimento de mercado para a América Latina da SES World Skies.
O equilíbrio entre a oferta e a demanda, como em qualquer mercado, define o preço do produto. No caso do satélite, se as empresas errarem a mão e colocarem mais capacidade do que o necessário, o preço cai. Para Pitsch, a taxa de ocupação na América Latina está na casa dos 80% e deve continuar alta até 2019.
Banda Ka
Uma alternativa para colocar mais capacidade satelital sem o lançamento de novos satélites é a exploração de novas bandas, como a banda Ka, tida como ideal para o serviço de banda larga para o mercado de massa. Pelas características da banda – capaz de iluminar uma área equivalente a uma cidade – Pitsch, mais uma vez, lembra da necessidade de haver um trabalho coordenado com o cliente final. "Tenho que definir onde o spot vai ser colocado, por isso só é viável se houver coordenação com a operadora do serviço", diz. Os executivos participaram do 10º Seminário Latino-Americano de Satélites, que acontece até sexta, 1º, no Rio de Janeiro.