A SES está dando alguns importantes passos para ampliar a sua atuação na América Latina, deixando de trabalhar apenas na venda de MHz. Segundo Jurandir Pitsch, diretor da empresa para a América do Sul, a SES passa a atuar com prestação de alguns serviços, inclusive aceitando maior risco ao adotar a cobrança por assinante.
Uma das novidades é o lançamento oficial da MX1, que acontece na próxima semana, durante o IBC, em Amsterdã. Trata-se da empresa de serviços de mídia digital resultante da fusão da RR Media, adquirida pela operadora satelital, e de sua subsidiária SPS – SES Platform Services. A nova empresa conta com cerca de 700 funcionários e já distribui aproximadamente 1,5 mil canais de televisão. A MX1 – que conta com media centers em Israel, Reino Unido e Alemanha – administra o playout de canais e entrega conteúdo para plataformas de VOD, usando, inclusive, plataformas de distribuição terrestre.
Outra iniciativa, conta Pitsch, é que a SES espera lançar comercialmente até o final do ano a sua plataforma de VOD por satélite Liquid, já em teste em algumas operações. Pelo serviço, operadoras de DTH podem agregar o serviço de VOD real aos seus pacotes. A plataforma exige um set-top box com uma capacidade de armazenamento de 8 GB ou mais para carregar metadados do acervo de filmes, bem como o primeiro trecho de cada título. Quando o usuário começa a assistir, a caixa vai gravar o restante do título, que é transmitido em uma espécie de carrossel, juntamente com todo o acervo, via satélite. "Não dá para ter um acervo de milhares de títulos, mas o que as pessoas mais demandam são mesmo os blockbusters. Um acervo com 50 a 100 títulos é suficiente", diz o executivo.
Por fim, o executivo lista o serviço SAT/IP, já lançado pela operadora, mas que a sua adoção na América Latina acabou inviabilizada por um empecilho técnico. Pelo sistema, as caixas de DTH podem distribuir na casa do assinante o conteúdo de canais de TV através da rede IP. Segundo Pitsch, a adoção já é substancial no mercado europeu, onde há um número muito grande de canais free-to-air no satélite. No Brasil, o DTH é formado quase que exclusivamente por canais pagos e, portanto, codificados por sistemas de acesso condicional.
Para viabilizar a adoção na região, a operadora anunciará em breve um acordo com um parceiro de tecnologia de criptografia. O sistema pode ser usado em residências, sendo que a caixa é equipada com oito tuners, permitindo que o mesmo número de dispositivos assistam canais distintos simultaneamente; ou em grandes edifícios, como hoteis, contando com caixas com maior número de tuners. Hoje, já é possível receber até 20 canais simultâneos, mas um novo equipamento com mais de 30 tuners deve ser lançado em breve.