As operadoras móveis brasileiras parecem estar unidas quando o assunto são as futuras metas de cobertura do leilão de 700 MHz. Depois do presidente da Claro, Carlos Zenteno, foi a vez do CEO da Oi, Francisco Valim, defender que as obrigações sejam por serviço e não por frequência ou tecnologia. "Não contribui haver sobreposição de metas", declarou o executivo durante o 56º Painel Telebrasil, na manhã desta quinta-feira, 30, em Brasília. Valim espera que a faixa de 700 MHz ajude principalmente na cobertura de quarta geração (4G) fora das grandes cidades, por ter um alcance mais estendido, em razão de ser uma frequência mais baixa.
O presidente da Oi disse que a empresa ainda não escolheu seus fornecedores para a rede 4G em 2,5 GHz, que precisa estar pronta nas cidades-sede da Copa das Confederações até o fim de abril de 2013. "Estamos no meio do processo de RFP (request for proposal)", explicou.
Dumb pipe
A respeito do crescimento do tráfego de dados e da queda na margem de lucro das operadoras móveis, Valim disse: "No futuro, com a avalanche de dados, enquanto telecom for vista como dumb pipe, a conta não vai fechar". O executivo entende que a demanda do público está mudando, o que exige também uma mudança no modelo comercial e na precificação dos planos. Sobre o projeto de Marco Civil da Internet, Valim entende que na última versão do documento ainda não está claro como as redes serão remuneradas.
PNBL
Sobre a intenção do governo federal de ampliar para 10 Mbps a velocidade de acesso do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) no futuro, Valim comentou: "Não é fácil, pois os PNBL precisa chegar a cidades distantes e requer infraestrutura robusta de backbone, além de um bom backhaul dentro das cidades. Nenhuma operadora consegue fazer isso sozinha".