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Fabricantes destacam pressão crescente nas redes de telecom

A Ericsson e a Nokia Siemens apresentaram dados que dão uma ideia da pressão que as redes de telecomunicações, especialmente as móveis, deverão sofrer nos próximos anos. A conectividade disponibilizada para os usuários, que hoje na média é de 1,2 Mbps, em 2020 será na casa dos Gbps, segundo as projeções apresentadas pelo chairman da Nokia Siemens, Aluízio Byrro. É claro que esse aumento na banda dos clientes deve ser seguido por um aumento na quantidade de espectro licenciada para as operadoras. Segundo o executivo, hoje as empresas têm 500 MHz de espectro, mas para 2020 a necessidade será de 1,5 GHz.

Já o presidente da Ericsson, Sergio Quiroga, acrescenta que a penetração dos smartphones, que hoje está na casa dos 16%, deve chegar a 90% até 2020. Segundo ele, a capacidade das redes de dados estão sendo duplicadas a cada ano, o que nas suas palavras se configura uma “revolução silenciosa”. “Começamos a falar em 2007 que em 2020 teremos 50 bilhões de conexões. Dessas, 2 bilhões vêm para o Brasil e as redes terão que ser criadas para isso. No Brasil serão 1,5 bilhão de conexões de coisas. Com esse cenário, obviamente nós estamos contribuindo para o desenvolvimento do País”, afirma.

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O executivo comparou a relação de receita com investimento do setor de telecom com outras indústrias. “Fornecedores têm que investir 15% em P&D. No setor de pneus, quem investe 3% em P&D, é líder”, afirma ele.

A necessidade de uma lei única para instalação de antenas também esteve presente nos debates. Quiroga mencionou que na Itália existem aproximadamente 60 mil estações radiobase (ERBs) instaladas, quantidade até maior que no Brasil. Apesar de todas as dificuldades que vive o setor, a participação no PIB é maior do que a de outros países. Segundo Quiroga, normalmente telecom responde por 5% dos PIB, mas no Brasil esse percentual é de 7% a 8%.

Mas entre o desenvolvimento da banda larga móvel ou da fixa, é consenso que ambas as rede deverão receber investimentos. “O tráfego móvel não dará capacidade para todas as necessidades dos usuários. A gente precisa desenvolver a banda larga fixa. O tráfego cresce 250% até 2016 no mundo, mas no Brasil cresce 750%”, diz ele.

O presidente da Oi, Francisco Valim, concorda. O conceito que está sendo discutido na operadora é o “abc”: Always best conection. Ou seja, a melhor conexão disponível ao usuário naquele determinado momento. “Em 2002, a Oi foi quem lançou o GSM no Brasil. Em 10 anos não só toda essa demanda foi atendida como hoje nossa penetração é uma das maiores do mundo. E não temos penetração da banda larga fixa tão grande porque não tem penetração muito grande de computadores”, diz ele.

Política industrial

O assunto de política industrial também esteve presente no debate. Byrro mencionou que seria importante que o governo incentivasse o software e tirasse o foco da parte da manufatura. Segundo ele, na Nokia Siemens, a parte de hardware representa apenas um terço do faturamento da companhia. “Falta no Brasil uma política de desenvolvimento de software, que vai ser cada vez maior”.

O secretário do Minicom, Maximiliano Martinhão, acredita, entretanto, que o modelo escolhido tem dado certo, na medida em que estimula os fabricantes de capital estrangeiro a instalarem suas fábricas no Brasil, a exemplo da Nokia Siemens, que anunciou nesta semana a fabricação local de infraestrutura LTE assim com já faz a Ericsson. “Para nós é um modelo que está dando certo, claro que a gente não fecha o mercado. Há espaço para os estrangeiros, mas aqueles que estão no Brasil têm incentivo do governo”, diz ele.

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