Anatel aponta preocupações antes de pensar em regulação do Metaverso

Carlos Manuel Baigorri. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente da Anatel, Carlos Baigorri, afirmou que ainda tem uma série de dúvidas sobre como pensar aspectos regulatórios do Metaverso. Para ele, é preciso avançar na estrutura do Estado primeiro para então lidar com os desafios da economia digital. Baigorri participou do workshop do Painel Telebrasil 2022 que discutiu Metaverso e conectividade na quarta-feira, 29.

Segundo o presidente da agência, o Estado não estaria preparado para lidar com a economia digital, com a transformação digital proposta pelo Metaverso e outras ferramentas. "A atual estrutura fragmentada dos órgãos do Estado não consegue lidar com essas demandas. O caso da fusão AT&T e Time Warner mostra isso. Tivemos que discutir o problema em três órgãos", afirmou Baigorri.

Ele também acha que, antes de lidar com Metaverso nas escolas, deve-se pensar em conectar as próprias instituições de ensino. Em um segundo momento, também é necessário pensar em conteúdos e aplicações para o Metaverso nesse contexto.

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Sobre a Web 3.0, Carlos Baigorri afirmou que se nota um desconhecimento sobre como funcionam tecnologia de blockchain e conceito de criptomoedas. "Quem acompanha as discussões do mercado de cripto há algum tempo sabe que temos alguns problemas nela", disse o presidente da Anatel.

Desenvolvimento educacional

Francisco Giacomini, VP de Relações Governamentais da Qualcomm, pontua que o Metaverso tem desafios de infraestrutura de tecnologias, e aponta ainda que as áreas de educação e de jogos serão as primeiras a se beneficiar da tecnologia.

Já para Zaima Milazzo, Diretora de Novos Serviços da Algar, para que o Metaverso realmente ganhe corpo na sociedade, é preciso melhorar algumas camadas da rede, incluindo a adoção da virtualização. O argumento é que somente com a infraestrutura otimizada para velocidade e, especialmente, latência necessárias, será possível apresentar ao usuário a experiência pretendida.

"Na camada dos gadgets, ainda vejo que temos muito para evoluir. Usar os óculos em uma reunião de 4 horas, por exemplo, fica complicado. Ele é pesado. Ou seja, ainda precisamos muito a evoluir", explica a executiva. Milazzo disse ainda que há expectativas de que o Metaverso gere US$ 800 bilhões no mundo. Mas para isso acontecer, é preciso amadurecer todas essas camadas, explicou.

Ela também destacou as dificuldades desse novo mercado com impostos. "Aspectos tributários também são apontados como problemas para o Metaverso. Hoje tributação em games é de 50%. Soma-se a isso o fato dos jogos serem vendidos em dólar", lembrou.

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