A Oi entende que é preciso haver diversidade no ecossistema de fornecedores, mas que a limitação de players como os chineses no 5G não é bem vinda. O CEO da operadora, Rodrigo Abreu, comentou que as empresas de telecomunicações já enfrentam barreiras na hora de investir em tecnologia, por conta de impostos e pela busca de eficiência operacional. "Limitar não é bom. Óbvio que tem que vir com governança apropriada, uma salvaguarda de segurança", afirmou o executivo durante evento do Experience Club promovido nesta terça, 30.
Ainda que não tenha citado a Huawei ou qualquer outra empresa chinesa, Abreu ressalvou que questões de segurança não são exclusivas a essas empresas. "Isso acontece com qualquer empresa de tecnologia. Alguns dos maiores vazamento de dados aconteceu com empresas americanas. É um jogo de gato e rato", declarou.
Sobretudo, ele julga que a "governança apropriada" serviria para mitigar esse suposto risco à segurança das redes 5G. "É necessário sim entender que impacto vai existir, mas precisa começar devagar, e restringir a tecnologia não é bom", declara.
O executivo coloca que é preciso começar logo a implantar essa infraestrutura, e que ao longo de 20 anos houve concentração de players após disputas comerciais e de segurança. "A indústria se consolidou porque é um jogo de escala, e hoje, bem ou mal, tem três grandes provedores e um quarto correndo por fora", diz, referindo-se aos fornecedores. "É muito mais um jogo possivelmente de posicionamento comercial do que de tecnologia."
Mais ressalvas
O comentário de Rodrigo Abreu é mais um exemplo de executivos líderes de operadoras que enxergam de forma negativa a sinalização do governo Jair Bolsonaro em acatar a pressão do governo dos Estados Unidos para restringir ou eliminar totalmente o uso da Huawei nas futuras redes de 5G. O presidente do conselho administrativo da Algar Telecom, Luiz Alberto Garcia, declarou que banir a Huawei seria um "equívoco". O CTO da TIM, Leonardo Capdeville, também disse que a diversidade de fornecedores seria melhor para o 5G. A Claro, por sua vez, lembrou que essa decisão do governo poderá impactar os custos de implantação da rede 5G, e por isso precisa ser definido. Recentemente, o presidente da Vivo, Christian Gebara, fez comentário semelhante, mas um recente comunicado do governo norte-americano citou que o Grupo Telefónica iria deixar de usar equipamentos "de fornecedores não confiáveis". À época, a operadora brasileira não quis comentar.
Parabéns ao executivo da Oi pela excelente visão de mercado, restrições não são boas para ninguém, além disso dificultam o desenvolvimento de novos produtos.
Usou Huawei perdeu meu $. Sei que serei uma na multidão, mas prefiro viver sem o castigo do celular.