Enquanto o governo tenta negociar com a iniciativa privada a inserção do Brasil no reservado grupo de nações produtoras de alta tecnologia, grupos internacionais da área de semicondutores, como as fabricantes de processadores Nvidia, ARM e Qualcomm, demonstram ceticismo quanto à implantação de projetos para esta área no curto prazo.
Ainda que mantenham o assunto em análise, as três companhias disseram que a ideia de desenvolvimento de chips sofisticados em território brasileiro precisa de amadurecimento e investimentos do governo. "Quando tiver uma forte consolidação de questões internas como a formação de engenheiros e uma melhora no sistema de escoamento da produção, aí sim o governo poderá trazer os fabricantes e mirar o mercado externo", disse o representante da ARM na América do Sul, José Antônio Scodiero.
O diretor-geral da Nvidia no Brasil, Richard Cameron, disse que ainda vê muitas barreiras a serem derrubadas pelo País antes de se projetar os investimentos na fabricação de semicondutores em solo brasileiro. "Por ora, estamos apenas analisando, sem planos e sem prazos", comentou.
Desenvolvimento
Na visão de Scodiero, o caminho para o Brasil marcar posição neste segmento pode ser o desenvolvimento da área de design de chips, porque "é uma parte que não envolve grandes investimentos e que o País já tem projetos nesta área", disse.
De acordo com o representante da ARM, a empresa já mantém parceria com o projeto de microeletrônica CI-Brasil, ligado ao ministério da Ciência e Tecnologia. "Observamos este projeto há um ano e consideramos trocar experiências com alguns dos projetos deles."