Sem código 10, venda de celulares no Natal pode ser comprometida

A inclusão de um novo código de área (DDD) sobreposto ao 11 na capital paulistana tem gerado muita polêmica entre as empresas, que sequer concordam plenamente com a proposta apresentada pela Anatel. Mas uma coisa é certa: todas as empresas sabem que, sem a ampliação das combinações numéricas no principal mercado brasileiro, seus negócios e a aquisição de novos clientes podem ser duramente comprometidos. O "alvo" inequívoco da inclusão do código 10 até 31 de outubro deste ano, conforme proposto pela Anatel, é salvaguardar a oferta de novos celulares na data mais promissora do comércio, o Natal.
Os mais otimistas acreditam que ainda existirão números capazes de atender a demanda do fim do ano, mas a projeção matemática do crescimento da clientela indicaria que as combinações possíveis no código 11 se esgotarão em aproximadamente seis meses. Projeções feitas pela Anatel apontam que já em novembro as combinações podem se esgotar. O problema está localizado na telefonia móvel, que cresce exponencialmente a cada ano.
Essa forte demanda não é apenas de usuários de voz das celulares, mas também de serviços de banda larga móvel (em que os chips também têm um número individual) e sistemas de monitoramento de equipamentos, chamados machine-to-machine (M2M). Essa premência das operadoras por uma solução ficou evidente nesta quarta-feira, 30, durante audiência pública na Anatel sobre o tema.

Notícias relacionadas
Os mais preocupados parecem ser as empresas que estão entrando no mercado paulista, como é o caso da Oi. Na audiência, o consultor regulatório da Oi, José Carlos Picolo, foi o único a defender abertamente os prazos fixados pela Anatel, repudiando os apelos das empresas Telefônica e Embratel por um prazo maior de implantação do código 10. "Essa solução vem sendo discutida há algum tempo pela Anatel em conjunto com as empresas", afirmou Picolo. "Qualquer adiamento afetaria os aspectos comerciais das operadoras móveis", admitiu o consultor.
De fato, a Anatel iniciou o debate sobre a ampliação das combinações numéricas em São Paulo há aproximadamente dois anos. Na época foram apresentadas diversas opções e a inclusão de um segundo código de área sobreposto ao 11 foi aceita como uma das viáveis, junto com o acréscimo de um 9º dígito nos números dos assinantes. Acontece que os debates duraram apenas um ano e depois foram interrompidos sem motivo aparente, com a Anatel retomando o assunto apenas agora, com a proposta de implementação efetiva das soluções.
Para os técnicos que acompanharam as discussões, essa interrupção no processo de discussão é a provável causa de a Anatel estar sendo obrigada a tomar uma decisão tão rápida neste momento. Essa correria para não comprometer a oferta de serviços móveis na capital de São Paulo poderá ter efeitos mais nocivos para o consumidor do que seria necessário caso a agência tivesse iniciado há mais tempo a ampliação das combinações.
Ainda não é certo de que o prazo de implantação sugerido pela Anatel será mantido pela agência ou se ela cederá aos apelos das operadoras fixas. Tudo indica que 31 de outubro será mesmo a data final de implementação do código 10 como forma de atender a demanda das móveis, já que mesmo as operadoras que ainda têm ressalvas sobre o método sugerido pela agência concordam que algo precisa ser feito ainda neste ano para resguardar a oferta da telefonia celular em São Paulo.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!