A TV 3.0 é um novo modelo de televisão que permitirá, ao mesmo tempo, o acesso aos canais de televisão aberta e a recursos de Internet, com foco em melhorar a experiência dos telespectadores. O Ministério das Comunicações já anunciou as diretrizes para a fabricação dos equipamentos necessários para os testes de transmissão e recepção do sinal no Brasil.
Esse novo modelo de TV exigirá a aquisição de um conversor ou a compra de um novo televisor adequado aos padrões da nova tecnologia. Inicialmente o investimento em conversores tem papel crucial para o novo padrão televisivo ser viabilizado a curto e médio prazos.
Isso porque o mercado nacional de televisores é um dos maiores do mundo. De acordo com o IBGE, o Brasil tinha 94,3% dos lares com ao menos um aparelho em 2023, o equivalente a 73,8 milhões de residências.
Como muitas casas têm mais de um televisor, o mercado brasileiro de conversores para a TV 3.0 tem enorme potencial a ser explorado. Um dos aspectos que contribuem para isso é que a TV aberta, mesmo com a queda de audiência nos últimos anos, mantém grande apelo popular.
Além disso, a TV 3.0 vai proporcionar aos usuários uma grande evolução na interatividade. Telespectadores poderão, por exemplo, responder a quizes, votar em enquetes e comprar mercadorias, o que chama bastante a atenção dos consumidores.
Outro diferencial da TV 3.0 é a qualidade das imagens, que podem variar de 4K HDR a 8K, com som de cinema. Contudo, em curto prazo, esse novo padrão televisivo estará disponível apenas nas principais capitais e cidades brasileiras. E para isso ser viabilizado, a indústria deverá atuar na produção de equipamentos e de conversores, com o objetivo de ser efetivada a integração dos sinais adotados pela TV aberta com a Internet.
A fabricação de conversores é muito importante, porque permitirá que as televisões nos modelos analógico e 2.5 exibam canais em alta definição (4 K HDR), melhorem consideravelmente a qualidade do áudio e viabilizem o acesso a recursos interativos, como aplicativos, controle por voz e streaming integrado.
Além do conversor, deverá ser desenvolvido um novo padrão de antena MIMO (Multiple-Input Multiple-Output), onde a recepção se dá através de dupla polarização.
Essa conjuntura mostra que a indústria tem um papel crucial para viabilizar a TV 3.0, de acordo com o cronograma do Ministério das Comunicações. A previsão é que duas estações experimentais comecem as atividades neste ano, em Brasília e São Paulo. A meta é que o novo padrão televisivo funcione, de fato, nos principais centros até a Copa do Mundo de 2026, evento que aquece bastante o mercado nacional de aparelhos de TV no Brasil.
* Gilberto Gandelman é CEO da Proeletronic. As opiniões expressas neste artigo não refletem necessariamente a visão de TELETIME.