O mercado de soluções mobile é um dos pilares da transformação digital no mercado. Para termos uma ideia desse cenário, ainda em 2023, só o segmento de aplicativos para dispositivos móveis movimentou mais de US$ 252 bilhões em todo o mundo e deve crescer a uma média anual de 14,3% até 2030, segundo projeção da consultoria Grand View Research.
Entre outros benefícios, esse universo de inovações móveis tem remodelado a forma como empresas de diferentes segmentos gerenciam suas atividades e operações. Um dos destaques, nesse sentido, vai para a telemetria que, a partir de aplicativos, pode aumentar a capacidade de mensuração de dados veiculares, gerando mais conveniência e reduzindo os custos das organizações.
De modo geral, a telemetria impulsiona um mercado que deve alcançar mais de US$ 202 bilhões em investimentos globalmente e, diante da necessidade de maior controle sobre ecossistemas descentralizados, as alternativas de rastreamento mobile são ferramentas poderosas para as empresas. Não por acaso, só no Brasil, mais de 69% dos gestores de frotas já utilizam diferentes modelos de telemetria em suas operações.
Não há dúvidas de que a telemetria tem aberto todo um campo de inovações no mercado. A videotelemetria e a captação de dados veiculares por sensores (telemetria por IoT) são exemplos de disrupções que avançam no mercado. No entanto, assim como as soluções de telemetria tradicionais, essas alternativas ainda dependem de dispositivos físicos instalados nos veículos, aumentando assim o custo das organizações com instalação e manutenção de hardwares.
Já na tendência mobile, é possível utilizar os smartphones já existentes na operação para coletar e transmitir dados em tempo real. Essa abordagem reduz custos, simplifica a implementação e amplia a acessibilidade da tecnologia, tornando-a especialmente atraente para negócios que dependem de equipes externas que trafegam com veículos pessoais em suas rotinas diárias – mas vale para operações logísticas como um todo.
De fato, empresas que operam em campo lidam com desafios recorrentes, como o controle de deslocamentos, a otimização de rotas e a garantia de conformidade com protocolos de segurança. A telemetria mobile responde a essas demandas ao fornecer informações detalhadas sobre os padrões de condução dos colaboradores, permitindo que gestores monitorem e analisem diferentes indicadores relacionados ao trajeto, velocidade e tempos de paradas das equipes.
Essa visibilidade traz, naturalmente, ganhos importantes e facilita a tomada de decisões estratégicas. A partir dos dados coletados, é possível, por exemplo, identificar oportunidades de otimização logística, reduzindo o consumo de combustível, minimizando atrasos e elevando a produtividade das equipes.
Além disso, a análise preditiva, alimentada por indicadores de deslocamento e comportamento ao volante, traz mais segurança para os condutores e permite um controle mais eficiente da operação –tudo isso sem a necessidade de investimentos em infraestrutura física.
Nesse sentido, é possível mensurar detalhadamente a conduta ao volante dos motoristas – identificando, por exemplo, frenagens bruscas e outras situações de risco – e ter mais agilidade, inclusive, no acionamento de seguros e na comunicação com motoristas, trazendo assim mais segurança para os colaboradores, para as empresas e para a sociedade.
Por fim, a ausência de hardware adicional também simplifica a escalabilidade da solução. Empresas com equipes distribuídas em diferentes regiões podem implementar a telemetria mobile rapidamente, sem a necessidade de intervenção técnica nos veículos utilizados.
Esse fator reduz drasticamente as barreiras de entrada, tornando a tecnologia acessível tanto para grandes corporações quanto para negócios de menor porte que buscam maior controle com custos que se adequam a seus orçamentos.
Com tudo isso, a telemetria mobile tende a se consolidar como uma alternativa estratégica para empresas que buscam eficiência e segurança sem comprometer sua sustentabilidade financeira, ampliando as possibilidades e o acesso a digitalização no mercado.
* Vinícius Boemeke é CEO e cofundador da Pulsus. As opiniões expressas neste artigo não refletem necessariamente as visões de TELETIME.