Coronavírus causa impacto de 200 milhões de euros nas receitas da Nokia

A pandemia do novo coronavírus (covid-19) causou um impacto de 200 milhões de euros no resultado operacional da Nokia ainda no primeiro trimestre de 2020, revelou o balanço para o período divulgado pela empresa nesta quinta-feira, 30. A previsão é que o efeito seja ainda maior no segundo trimestre, ainda que a companhia siga confiante na resiliência da demanda do setor.

"O covid-19 teve um impacto negativo de aproximadamente 200 milhões de euros em nossas vendas líquidas no primeiro trimestre de 2020, principalmente devido a desafios da cadeia de suprimentos", afirmou a Nokia, destacando sobretudo disrupções na China. "Espera-se que essas vendas líquidas [não realizadas no trimestre] sejam transferidas para períodos futuros, em vez de perdidas", completou a empresa.

Dessa forma, entre janeiro e março, a receita líquida do grupo ficou em 4,913 bilhões de euros, ou queda de 2% na comparação anual. Principal negócio da Nokia, a divisão de redes teve recuo de 5% no faturamento, para 3,757 bilhões de euros, enquanto a vertical corporativa registrou queda de 6%, para 347 milhões de euros. Já a divisão de software marcou alta de 13% nas receitas, para 613 milhões de euros.

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Um primeiro semestre mais fraco seguido de um segundo semestre com maior lucratividade já fazia parte das previsões da Nokia para o ano, seguindo o que ocorreu em 2019. Ainda assim, a companhia prevê que os resultados do segundo trimestre venham aquém do esperado, uma vez que a maior parte do impacto do covid-19 deve ser registrada no período.

Regiões

O maior impacto sobre as vendas da Nokia foi registrado na China continental, onde houve queda de 29% no faturamento (para 308 milhões de euros). Na Europa, a receita caiu 3%, para 1,450 bilhão de euros, enquanto a América do Norte registrou alta de 3%, para 1,462 bilhão.

Já os resultados na América Latina recuaram 7% durante o primeiro trimestre, para 284 milhões de euros. Desconsiderando a variação cambial, a queda foi de 2%.

Redes e 5G

Mesmo com o cenário, o presidente e CEO da Nokia, Rajeev Suri, afirma "acreditar que nossa indústria é bastante resiliente à crise, embora não imune". Nesse sentido, a companhia destacou o aumento de 20% a 40% no tráfego da rede de clientes em regiões afetadas pela quarentena. Em períodos normais, o crescimento anual ronda os 30% a 45%.

Com 70 acordos fechados para fornecimento em redes 5G e 21 redes do padrão ativas, a Nokia afirmou que as reduções de custo para produção dos equipamentos de quinta geração estão avançando como planejado. A empresa também destacou o lançamento de soluções para compartilhamento dinâmico de espectro: no momento em testes com clientes selecionados, ela deve estar disponível em grande escala durante o verão. Vale notar que a companhia recentemente foi preterida por fornecedores como Huawei, ZTE e Ericsson em contratos com operadoras chinesas – incluindo um grande contrato de 5G com a China Mobile.

Financeiro

De modo geral, a Nokia registrou prejuízo operacional de 76 milhões de euros no primeiro trimestre (ante perdas de 524 milhões no mesmo período de 2019). Fora do padrão contábil IFRS, o resultado seria um lucro de 116 milhões de euros, revertendo prejuízo de 59 milhões de euros um ano antes.

Já a margem operacional da fornecedora ficou em -1,5% ante -10,4% no padrão IFRS; fora desse cálculo, o resultado no primeiro trimestre foi positivo em 2,4%, frente queda de 1,2% há um ano. A meta da Nokia é atingir margem operacional de 9% no ano, fora do padrão IFRS.

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