O plano da GVT para entrar no mercado de TV por assinatura passa por uma solução tecnológica híbrida, que combinará IPTV com a TV paga via satélite (DTH) em uma única caixa. "Muitas operadoras na Europa estão fazendo isso, com grande sucesso", diz Amos Genish, presidente da empresa, que recentemente foi adquirida pelo grupo de mídia e telecomunicações francês Vivendi. A GVT pretende entrar em TV por assinatura em 2011, e tem no serviço a sua principal prioridade depois da banda larga. "A TV por assinatura de hoje é o que era a banda larga há alguns anos", diz, referindo-se ao potencial de crescimento, às baixas penetrações, poucos competidores e poucas diferenças entre os produtos existentes. "Queremos entrar em TV por assinatura com todas as inovações do IPTV, com vídeo sob demanda, com serviços over the top, como YouTube e games, time shifting e com interatividade", disse a esse noticiário. A GVT também acredita que os preços e pacotes oferecidos no Brasil possam ser melhorados. "Sabemos que a programação nacional de qualidade é muito cara,", disse. Ele também reconhece que o modelo de negócios praticado pelos programadores com as operadoras atuais está muito consolidado e que esse será um grande desafio. "Mas quando falamos em VOD, em serviços over the top, os modelos precisarão mudar, porque haverá uma demanda dos usuários por novos serviços".
A estratégia da GVT de adotar uma solução híbrida com DTH e IPTV unidos em uma mesma caixa passa também por uma questão regulatória, já que não há restrições para a TV por assinatura via satélite no Brasil. "A oportunidade para entrar em TV por assinatura é agora. Não podemos mais esperar o PL 29, e esse modelo nos permite entrar rapidamente em operação".
Primeiros passos
A GVT acredita que a Vivendi também terá um papel importante no relacionamento com os programadores, mas não espera que o conteúdo do grupo de mídia francês será um diferencial na oferta do serviço de TV paga no Brasil. "O conteúdo do Canal + não é o mais adequado para o Brasil", brincou Genish, referindo-se ao serviço de TV paga da Vivendi, na França. "Mas um bom canal de culinária com chefs franceses pode ser uma boa", completou.
A aposta da GVT na tecnologia de IPTV deve-se à característica de sua própria rede de telecomunicações. Ao contrário das empresas de telefonia tradicionais, a GVT tem uma rede de acesso baseada em par trançado em que a distância até a central é de 400 metros, em média, o que permite oferecer com segurança velocidades de até 35 Mbps por VDSL. Além disso, a empresa está investindo fortemente em acesso por fibra para clientes que querem velocidades de até 100 Mbps. "Na Europa, a tecnologia está funcionando muito bem e os custos estão muito próximos do cabo", diz Amos Genish, citando ainda o exemplo da AT&T e da Verizon nos EUA, com redes de acesso baseadas em fibra.