Apenas a "Carta do Guarujá" não é suficiente, diz presidente da GVT

Em entrevista a este noticiário, o presidente da GVT, Amos Genish, disse que as empresas de telecomunicações deveriam apresentar ao governo um plano claro sobre como pretendem levar a banda larga a todo o país. "O que conhecemos do Plano Nacional de Banda Larga ainda é muito pouco. Eu entendo que o governo quer diminuir o gap digital, e isso só vem com mais concorrência e redução de impostos", disse Genish. A GVT é a operadora que tem provocado a maior redução de preços de banda larga nos mercados em que entra como competidora.
"A Carta do Guarujá não é suficiente para dizer o que vamos fazer. Temos que apresentar um plano com detalhes, dizer quando, quanto e como vamos fazer", afirmou a este noticiário, referindo-se ao único documento formal apresentado pelas concessionárias até o momento, ainda em setembro do ano passado. A Carta do Guarujá, elaborada pela Telebrasil, enumerou as condições que as empresas de telecomunicações entendiam como necessárias para que a banda larga chegasse a 150 milhões de pessoas em 2014. Pede-se a redução da carga tributária, a simplificação das negociações de direitos de passagem, a liberação de espectro e o licenciamento de novas outorgas, entre outros pontos. Amos Genish diz que as empresas de telecomunicações foram chamadas pelo governo para apresentar uma proposta, mas que depois não houve mais cobranças das autoridades sobre os termos desta proposta nem as empresas tomaram a iniciativa.
O presidente da GVT reafirmou que a empresa tem interesse em utilizar o backbone público para entrar em cidades em que ainda não atua e que o grande problema para a competição é a falta desse tipo de infraestrutura. "Hoje temos o terceiro maior backbone do Brasil, com 18 mil km, mas precisamos de mais para chegar a mais cidades. Estamos dispostos a trocar fibra com o governo para chegar ao país inteiro", diz, lembrando que a infraestrutura pública é muito grande, e vai além da Eletronet. "Há redes estaduais de excelente qualidade. A melhor rede do Paraná é da Copel, por exemplo".

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A GVT, ao criar competição com as incumbents, tem criado reduções significativas no preço da banda larga. "Quando entramos em Recife os preços caíram 50%", disse. Ele lembra que a política da empresa é oferecer condições iguais em todos os mercados. "Nossos preços e pacotes são os mesmos em todas as cidades em que atuamos, mesmo nas pequenas cidades da região 2, onde estamos há 10 anos, ou nas cidades do Nordeste onde acabamos de entrar".
Wireless
Recentemente a GVT tem declarado não ter interesse na banda H e, portanto, não ter interesse em operar telefonia celular. Este noticiário questionou a empresa não via relevância em ter uma alternativa wireless de acesso em sentido mais amplo. Segundo Amos Genish, isso não está no core business da empresa e nem no horizonte de prioridades. "No futuro, é claro, as coisas devem convergir, e podemos fazer isso em parcerias ou como operadoras virtuais. Mas hoje entrar nesse mercado, com tantos competidores, significa subsidiar aparelhos e fazer altos investimentos. Não queremos fazer isso", disse. Segundo as contas da GVT, uma nova operadora de celular teria que investir cerca de R$ 5 bilhões para entrar no mercado. "Com esse dinheiro, podemos expandir muito a nossa atuação fixa e entrar em mercado com muito menos concorrência, como a TV por assinatura, com IPTV". Aliás, o plano da GVT para TV paga é ambicioso e inovador, e deve ser colocado em prática em 2011: a empresa deve entrar com uma solução híbrida de TV paga via satélite e IPTV.

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