O Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) e o Centro de Inovação para a Educação Brasileira (CIEB) apresentaram nesta 30, o Mapa Integrado de Conectividade na Educação. A ferramenta oferece a gestores e secretários de educação uma análise e o perfil da conectividade de 27 mil escolas. Esse é o número de unidades escolares que possuem os medidores do NIC.Br. Ao todo, o Brasil possui aproximadamente 140 mil escolas municipais e estaduais em atividade.
No mapa é possível ter uma leitura analítica que permite verificações a partir de diversos indicadores, como informações técnicas e a situação da qualidade da conectividade das escolas mapeadas. É possível ainda explorar recortes, como escolas de estados e municípios que possuem conectividade adequada e as que não têm acesso à rede, velocidade da Internet naquelas com acesso e com o medidor, tecnologias para conectividade disponíveis (fibra óptica, satélite, rádio, etc.) que são fontes para a contratação do serviço, entre outras.
A ferramenta, que reúne bases de dados de diversos órgãos, possibilita também comparar diferentes indicadores de conectividade, como, por exemplo, velocidade de download e upload, latência entre as instituições de ensino e seu entorno, e se a Internet é utilizada durante atividades pedagógicas, ou se fica restrita à parte administrativa do colégio.
O funcionamento
Selecionado o indicador, quem navega pode escolher qual característica deseja comparar: localização, faixas de velocidade, porte da instituição e série temporal. Além de ser um instrumento útil para gestores, o mapa pode ser usado para recolher informações sobre o tema. O lançamento da ferramenta aconteceu durante o seminário internacional: Repensando o Papel das Tecnologias na Educação que marcou a celebração online dos cinco anos do CIEB.
"Esses 27 mil medidores são os que desenvolvemos para o Programa Inovação e Educação Conectada (Piec), do Ministério da Educação (MEC). Seu número pode aumentar à medida que mais escolas forem instalando medidores, que são distribuídos gratuitamente. Por ora, eles estão em colégios públicos de aproximadamente 3.500 municípios, nas cinco regiões do país", explica Paulo Kuester Neto, analista de projetos do NIC.br e um dos idealizadores do mapa.
"O mapa lançado agora possibilita uma análise ampla. Pode-se, por exemplo, investigar a qualidade da banda larga de toda uma rede municipal ou estadual. É possível ainda verificar se a conectividade das escolas é melhor ou pior do que a do entorno delas (residências, estabelecimentos comerciais etc.), favorecendo-se, se for o caso, de uma renegociação de contrato", destaca o diretor de projetos especiais e de desenvolvimento do NIC.br, Milton Kashiwakura, acrescentando que essa comparação só é viável, porque o mapa é abastecido também por dados de todos os outros medidores do NIC.br fora das instituições de ensino.
De acordo com Lúcia Dellagnelo, diretora-presidente do CIEB, a base de dados integrada pode informar melhor a situação de conectividade das escolas públicas brasileiras. "Embora nos últimos anos a gente tenha registrado um aumento no volume de recursos destinados para este fim, a conectividade em escolas públicas ainda apresenta deficiências importantes tanto em relação à cobertura de sinal quanto à qualidade para o uso pedagógico por docentes e estudantes. Não estamos usando a tecnologia como uma alavanca para a educação brasileira, ao contrário do que muitos países fazem", apontou Dellagnelo.
Fust
Na edição extra do Diário Oficial da União (DOU da última sexta-feira, 26, foi publicada a nova versão da nova Lei do Fust (Lei 14.109/2020) sem os vetos presidenciais, derrubados pelo Congresso Nacional em sessão realizada no ultimo dia 17 de março. Com a derrubada dos vetos, reinstitui-se a obrigação de conectar todas as escolas públicas brasileiras até 2024 e de garantir que os recursos do fundo sejam investidos em áreas de baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).