Cisco: leilões arrecadatórios prejudicam combate à desigualdade digital

CEO da Cisco, Chuck Robbins, durante a Cisco Live 2021

Com uma nova estratégia apresentada nesta terça-feira, 30, no evento global online Cisco Live, a companhia norte-americana também abordou outra questão: a universalização da Internet para os 3 bilhões de desconectados, especialmente neste cenário de pandemia duradoura. Essa é uma bandeira que a empresa já vem levantando há algum tempo, mas o CEO da fornecedora, Chuck Robbins, tocou em outro ponto: como viabilizar isso se leilões com viés arrecadatório têm sido proeminentes? 

Um caso recente aconteceu justamente nos Estados Unidos, quando a Federal Communications Commission (FCC) efetuou o leilão da banda C, que totalizou US$ 81,1 bilhões. Segundo Robbins, se as operadoras estão topando pagar quantias altas como essa por espectro, é porque ainda é um negócio que vale a pena. Porém, desta forma o mercado não conseguiria explorar ao máximo o potencial de encerrar a desigualdade no acesso. 

"Tenho tido conversas, particularmente em Washington, sobre o desejo de governos pressionarem provedores para o serviço 5G ao mesmo tempo que cobram muito pelo espectro e se envolvem nos preços que as empresas podem repassar aos consumidores", afirma Robbins em resposta ao TELETIME. Para o executivo, "algumas ações correm contra o resultado desejado" de promover a conexão. 

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De forma mais direta, o SVP e gerente geral da área de infraestrutura de grande escala da Cisco, Jonathan Davidson, afirma que os leilões precisam deixar de ser arrecadatórios. "Globalmente, governos têm de parar de tratar espectro como um 'cofre de porquinho'", argumentou o executivo. "Se você quiser fechar a desigualdade digital, tem que usar o dinheiro para investir em torres, redes e levar conectividade."

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