Se vendidas permitindo a oferta de serviços móveis, as novas licenças de 3,5 GHz movimentarão aproximadamente R$ 40 bilhões em dois anos no Brasil. O montante inclui o investimento de operadoras e de fabricantes, além dos gastos dos consumidores com o serviço de banda larga nessa tecnologia. A previsão faz parte de um estudo interno realizado pela Cisco e pela Intel, revela o diretor do segmento de telecomunicações da Cisco no Brasil, Anderson André.
A Cisco deseja que as licenças do novo leilão permitam a mobilidade dos serviços. "Não se deve limitar a tecnologia", defende Robert Pepper, vice-presidente mundial da companhia. Sobre o argumento de que as licenças de telefonia móvel propriamente dita custaram muito mais caro, ele responde: "Ouço isso no mundo inteiro. Mas é preciso lembrar que uma operadora de WiMAX no Brasil será a quinta entrante em telefonia móvel. É muito difícil tirar clientes das demais."
Pepper é um entusiasta da tecnologia WiMAX, que considera uma boa opção para novos entrantes e para países emergentes, especialmente em áreas rurais, onde é inviável economicamente levar acesso com fibra. Para o executivo, o LTE deverá ficar mais restrito às operadoras tradicionais de telefonia móvel, que já possuem redes WCDMA.
A Cisco tem uma subsidiária chamada Navini que fabrica equipamentos de rede WiMAX e que vem realizando diversos testes com operadoras no Brasil. "Aguardamos apenas o novo leilão do governo brasileiro para tentarmos conquistar os primeiros clientes no Brasil", disse Pepper. A Navini já vendeu equipamentos para mais de 20 redes WiMAX em 12 países.