Uma das maiores dificuldades de uma nova plataforma para smartphones é convencer os vendedores de lojas a promovê-la. A rigor, eles preferem vender os produtos que tanto eles quanto os consumidores já conhecem bem. A história mostra que em seu primeiro trimestre de vendas as plataformas iOS, Android e Windows Phone registraram vendas de 1,1 milhão, 0,8 milhão e 0,9 milhão, respectivamente. E isso aconteceu alguns anos atrás, quando smartphones ainda não eram tão populares. Considerando a atual conjuntura, os analistas da Informa Telecoms & Media avaliam que se o BB 10 vender menos que 1 milhão de unidades em seus primeiros três meses de vida a estratégia da empresa será questionada pelos acionistas. "A BlackBerry deveria mirar em vender pelo menos 1 milhão de unidades no primeiro trimestre. Qualquer quantidade abaixo disso traria à tona questionamentos sobre a habilidade da empresa de executar sua estratégia de marketing, enquanto qualquer quantidade acima de 3 milhões seria considerada uma performance espetacular, o que, certamente, traria de volta a confiança de consumidores e investidores na marca BlackBerry", escreve relatório divulgado pela firma de consultoria.
De maneira geral, os analistas da Informa gostaram das novas funcionalidades contidas no BB 10 e acreditam que elas podem cativar consumidores em países desenvolvidos, onde a BlackBerry vem perdendo espaço nos últimos anos. Contudo, dificilmente os novos devices gerariam ganho de share para a empresa em países emergentes, porque os preços devem ficar acima de US$ 200.
O analista chefe da Ovum, Adam Leach, por sua vez, manteve seu posicionamento divulgado alguns dias atrás: apesar de reconhecer o avanço na interface com o usuário da nova plataforma, acredita que esta seduzirá os atuais usuários de BlackBerry, mas poucos consumidores de outros sistemas. Ou seja: na melhor das hipóteses, o BB 10 ajudará a empresa a parar de perder clientes.
