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Interligação sul-americana custará US$ 100 milhões

A interligação da infraestrutura de telecomunicações dos países sul-americanos, projeto que está sendo discutido no âmbito da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), custará US$ 100 milhões. Essa é a estimativa do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, que também informa que o prazo de conclusão é de dois anos. O investimento será feito na interligação com fibra óptica das redes já existentes usadas hoje no setor elétrico ou energético, como é o caso dos gasodutos. O valor, entretanto, representa apenas uma fração do custo total do projeto, que inclui também cabos submarinos que ligarão a costa brasileira aos EUA, Europa e África.

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No discurso de abertura da reunião dos ministros de infraestrutura ou comunicações dos países membros da Unasul, Bernardo destacou a importância do projeto que contribuirá para reduzir o custo da banda larga na região. "Um provedor de serviço de conexão à Internet na América do Sul paga, no melhor dos casos, três vezes mais pela conectividade internacional do que um provedor localizado nos EUA. E essa é uma realidade que precisa ser mudada com urgência", disse o ministro.

Bernardo menciona dois fatores "fundamentais" para que haja uma redução nos custos da conectividade para os países sul-americanos. Um deles é o aumento da capacidade de tráfego internacional que será conseguida com a construção de mais cabos submarinos. O outro é a implantação de um sistema de conexão entre os países sul-americanos. "Em termos de integração regional, pouco adiantaria um país se beneficiar com a chegada de um cabo transcontinental em seu território se o país vizinho não conta com formas de acesso à mesma infraestrutura em condições economicamente viáveis", disse ele.

Para a impantação do anel, os países membros da Unasul poderão utilizar suas empresas estatais, assim como fará o Brasil com a Telebrás. Em mercados onde há apenas empresas privadas, Bernardo sugere que sejam firmadas parcerias com alguma delas para que esta seja o agente nacional no anel. O projeto prevê a construção de Pontos de Troca de Tráfego (PTTs) nas fronteiras, o que permitirá que outras empresas se conectem ao anel sul-americano.

Amanhã acontece a reunião dos ministros do Conselho Sul-Americano de Infraestrutura e Planejamento (Cosiplan) onde será criado um grupo de trabalho para a discussão de alternativas técnicas e financeiras para viabilização do projeto.

Cabo submarino

O projeto de integração das infraestruturas dos países da Unasul está inserida na estratégia brasileira de ter um cabo submarino operador pela Telebrás. O projeto do cabo submarino Brasileiro, conforme já antecipou este noticiário, tem o objetivo de baixar o custo por Mbps trafegado no ponto de presença de Fortaleza dos atuais US$ 35 cobrados pelo mercado para US$ 15. A ideia é ter uma saída para os EUA (chegada em Miami, Jacksonville ou Virgínia), passando pelo Caribe e conectando com os países da fronteira Norte (Colômbia e Venezuela); uma outra saída para a Europa, passando por Cabo Verde e chegando na Inglaterra, Holanda  ou França (as opções ainda estão em estudo, mas a preferência é Amsterdan); um terceiro cabo ligando Fortaleza a Angola; e uma outra derivação para os países do Cone Sul (Uruguai e Argentina).

O projeto inicial é para um cabo de capacidade máxima de 32 Tbps, mas com capacidade instalada inicial de 2 Tbps. Pelas projeções da Telebrás, o tráfego brasileiro é hoje de 2 Tbps, sendo que cerca de 600 Gbps precisam acessar redes internacionais por meio dos cabos submarinos existentes. Nas contas da estatal, a capacidade internacional está mais ou menos equalizada com a demanda, e a oportunidade para a Telebrás é justamente entrar com mais capacidade reduzindo a margem.

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