Highline terá emissão de debêntures de R$ 2,3 bilhões

Foto: Pixahive

A operadora de torres e infraestrutura Highline está realizando sua terceira emissão de debêntures, desta vez no montante de R$ 2,3 bilhões.

Os recursos devem ser utilizados no reforço de caixa da empresa, no financiamento do plano de expansão e em pagamentos antecipados da segunda emissão de debêntures e de aporte de acionista do grupo feito no início de 2024, indicou a Fitch Ratings.

Na última segunda-feira, 28, a operação recebeu o Rating Nacional de Longo Prazo 'A-(bra)' concedido pela agência de risco, que detalhou a proposta da Highline (veja análise abaixo). A emissão proposta terá duas séries, de R$ 1,15 bilhão cada e vencimento final em 2034.

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A primeira das duas séries será simples e com remuneração de CDI mais 3%; já a segunda será incentivada nos termos da Lei 12.431 (com debenturistas titulares gozando de isenção de benefício fiscal sobre os rendimentos no Imposto de Renda); aqui, a remuneração será o maior valor entre a NTN-B 2030 + 2,5% ao ano ou o IPCA + 8,5% ao ano. O coordenador da oferta será o Bradesco BBI.

Visibilidade

Ao conceder rating A-(bra) para a Highline, com perspectiva estável, a Fitch apontou uma "boa visibilidade da receita e do fluxo de caixa operacional" da empresa, projetando margens de Ebitda entre 45% e 50% e receitas apoiadas por contratos take-or-pay, com prazos de 10 a 15 anos e reajustados pelo IPCA.

Mesmo apontando forte concorrência no segmento de torres, a agência de risco indicou perspectiva positiva para o setor, diante de crescimento da demanda por meios de dissipação de sinal para melhorar a cobertura e a capacidade das operadoras móveis.

"A expansão da rede 5G e a entrada de empresas regionais de telecomunicações no mercado também são positivas, pois exigirão mais antenas e não implicarão a desconexão imediata das tecnologias legadas", aposta o relatório.

A Fitch também recorda que o grupo Digital Bridge – que controla a Highline – é o segundo maior do segmento no Brasil, com 13,6 mil ativos e 17% de participação no mercado de torres, considerando os pontos da Highline e da Lemvig.

"A Highline, individualmente, é a sexta maior operadora independente de torres no Brasil, com aproximadamente 5,6 mil ativos geradores de receita e 7% de participação no mercado", nota a Fitch.

Ainda segundo a avaliação de rating, a operadora possui hoje o desafio de aumentar a média de contratos por torre (tenacy ratio), que teria se estabilizado em 1,2 vez nos últimos trimestres, em função da acelerada entrega de novas torres.

A Fitch ainda relata queda de churn esperada no segmento, após momento de ajustes pelas contratantes de infraestrutura na esteira da saída da Oi Móvel do mercado. "Cerca de 417 contratos âncora e 146 contratos colocation, que representavam aproximadamente 9% da receita da Highline, foram cancelados no ano passado", afirmou a Fitch.

Dessa forma, a previsão é que a empresa opere com fluxo de caixa livre negativo nos próximos exercícios, pressionada por investimentos anuais de cerca de R$ 300 milhões e R$ 200 milhões em 2025 e 2026. A Fitch também estima Ebitda de R$ 288 milhões e fluxo de caixa das operações (CFFO) próximo ao break-even para a Highline neste ano de 2024.

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