Pandemia já custou mais de R$ 1 bilhão para Telefónica no Brasil

Foto: Tookapic / Pexels

O balanço da espanhola Telefónica (controladora da Vivo) no terceiro trimestre registrou um forte impacto gerado pela variação cambial, a piora da situação econômica da Argentina e a pandemia de covid-19 – que, de janeiro a setembro, gerou redução de 205 milhões de euros (cerca de R$ 1,153 bilhão) na receita apenas no Brasil.

Somente no terceiro tri, o impacto da crise sanitária na receita brasileira foi de 89 milhões de euros e em nível global, de 591 milhões de euros. Já a depreciação de moedas dos mercados que a Telefónica atua (inclusive a do real) gerou perdas de 894,6 milhões de euros na receita do grupo.

Assim, o faturamento da Telefónica caiu 12,1% no período, para 10,461 bilhões de euros. No acumulado do ano, o recuo é de 10,7%, para 32,1 bilhões de euros.

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Também em nove meses, o impacto global do câmbio sobre a receita da empresa atingiu 2,135 bilhões de euros, enquanto a pressão exercida pela pandemia soma 1,397 bilhão até setembro.

Para conversão dos 205 milhões de euros referentes ao Brasil, foi considerada uma taxa de câmbio média de 1 euro = 5,628 reais reportada pela própria Telefónica para o período de janeiro a setembro, totalizando assim R$ 1,153 bilhão.

Argentina

A situação econômica da Argentina também afetou o grupo no trimestre, ou mais especificamente o resultado operacional antes das amortizações (OIBDA). No terceiro tri, a Telefónica calculou uma baixa contábil (impairment) de 785 milhões de euros nos ativos da empresa no país.

Segundo a diretora de finanças e controle da empresa, Laura Abasolo, a decisão está ligada com a situação macroeconômica do vizinho sul-americano, incluindo as expectativas altas de inflação, o confinamento severo por conta da pandemia e a falta de espaço para aumento de preços de serviços.

Conforme Abasolo, a Telefónica está trabalhando em um plano para reverter as tendências de mercado no país vizinho. Vale lembrar que a empresa está procurando compradores para seus negócios em toda a América Latina (exceto Brasil), com situação mais avançada na Costa Rica.

Prejuízo

Além do impacto gerado pela Argentina, o OIBDA da companhia espanhola também foi afetado pela pandemia (315 milhões de euros) e pelo câmbio (358 milhões). O indicador caiu 2,8% no terceiro trimestre (para 2,672 bilhões de euros), com um recuo de 14,9% em nove meses.

Dessa forma, o prejuízo entre julho e setembro ficou em 160 milhões de euros, representando melhora frente perdas de 443 milhões no mesmo período de 2019. Já em nove meses há lucro de 671 milhões de euros, o que ainda representa queda de 50% em um ano.

Brasil

Durante call sobre os resultados, o diretor de operações (COO) da Telefónica, Ángel Vilá, classificou como "forte recuperação comercial" o momento da operação brasileira, destacando a performance das verticais pré-paga e FTTH no trimestre.

Vilá também afirmou que a Vivo está no "round 2" do recebimento de ofertas de um sócio para a empresa de redes neutras que o grupo está estruturando no Brasil. Junto com o balanço, foi comunicado acordo na Alemanha para joint-venture com o grupo Allianz voltado justamente para o mercado de atacado. A nova empresa deve construir 2 milhões de casas atendidas (HPs) com fibra no país europeu.

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