A Oi deve lançar em breve o acesso fixo por redes 5G (FWA), diz Mauro Fukuda, diretor de tecnologia da empresa, durante a Futurecom. O projeto estava em demonstração no evento com tecnologia da Huawei. Segundo Fukuda, a proposta é complementar a rede de fibra com acesso 5G, oferecendo uma experiência similar, inclusive na oferta de serviços intensivos em dados, como vídeo, monitoramento e jogos. O modelo de 5G AirFiber, diz Fukuda, apresenta taxas de retorno compatíveis com aquele que a operadora consegue com os investimentos em fibra, a depender da densidade e das características econômicas da região.
Por isso, o projeto da Oi prevê o FWA em vários cenários: o modelo de oferta temporária (até a chegada da fibra), a operadora espera poder contornar problemas de aquisição de espaço, taxas de ocupação baixas ou para atender mercados de nicho. Já a adoção do FWA como uma solução fixa está focada em zonas rurais e baixa densidade populacional, onde o acesso a dados hoje já é predominantemente pela rede móvel. Os mercados com alta densidade populacional, alto nível de acessibilidade, demanda por altas velocidades e potencial para o mercado corporativo seguem tendo a fibra como principal tecnologia de acesso. Aliás, a Oi planeja ampliar a capacidade em sua rede de fibras em algumas dessas cidades já no próximo ano com a adoção de tecnologia XG-PON, que prevê velocidades 10 vezes superiores ao G-PON tradicional.
A Oi conta com uma vantagem para a ampliação do modelo FWA: uma grande capilaridade da sua rede de fibra para backhaul, hoje chegando a 2,28 mil municípios, e um backbone único de 376 mil km. "Agora estamos em um processo de virtualização das funções de rede (NFV) para preparar a estrutura para 5G". Fukuda diz que a tecnologia 5G é mais adequada do que o 4G atual para o acesso FWA pela possibilidade de dar garantia de qualidade.
Fukuda desconversa sobre a possibilidade de uso de frequências que a operadora tem hoje para 4G nos serviços de 5G. Tecnicamente é uma possibilidade, e a Oi tem hoje espectro em 1,8 GHz para 2G (e, em refarming, em 4G), 2,1 GHz para 3G e 2,5 GHz para 4G, mas não tem faixas de 700 MHz e há dúvidas sobre seu fôlego financeiro para compensar essa deficiência de espectro no futuro leilão de 5G, por isso o reaproveitamento de frequências que já tem para os serviços FWA seria essencial. Caso decida aproveitar algumas das frequências que já tem, a Oi teria como lançar o serviço FWA ainda este ano.