A reestruturação da NEC do Brasil já está quase concluída, mas ainda faltam alguns ajustes. Em um ano, o número de funcionários da empresa caiu mais de 75%, de 1,6 mil pessoas para 390. Os custos fixos foram cortados em torno de dois terços, e os resultados positivos ainda não podem ser vistos num horizonte próximo. Para o presidente da empresa, Paulo Castello Branco, 2003 ainda será um ano complicado, porque os negócios continuam desacelerados para praticamente todo o mercado. Mesmo com a definição do novo presidente da República, Castello Branco acredita que os negócios serão retomados lentamente, com crescimento da indústria apenas a partir de 2004.
O executivo aposta nos novos produtos da empresa e no segmento corporativo para o reaquecimento das vendas. ?Fizemos uma reestruturação forte para ficarmos menos dependentes do mercado de telecomunicações tradicional?, diz ele, referindo-se a produtos e soluções para distribuição de vídeo, comércio eletrônico, governo eletrônico, entre outros. ?Há um mercado inicial de ADSL que tem condição de crescer; falta ainda concluir o modelo de negócios.?
Para construir esse modelo não basta o esforço de uma só empresa, mas de todo o mercado no sentido de criar uma massa consumidora de banda larga.
O executivo confia que o mercado brasileiro caminha nessa direção e diz que grandes operadoras começam a fazer projetos piloto a partir do primeiro semestre do próximo ano. Em sua opinião, o uso da banda larga deverá limitar-se inicialmente a 4 milhões ou 5 milhões de domicílios das classes A e B, escolas e instituições voltadas à educação, para disseminar o serviço e preparar os usuários do futuro.
Para comparação de preços, Yamamuro diz que o serviço de banda larga no Japão, com 8 Mbps, incluindo todos os fornecedores e o portal, custa para o usuário 3 mil ienes, o equivalente a US$ 25, enquanto no Brasil, com apenas 256 Kbps sai por R$ 120 (US$ 32).