BrT testa vídeo por ADSL com duas operadoras de cabo

A Brasil Telecom anunciou que começa em novembro a realizar testes-piloto com o Turbo Vídeo (acesso ADSL que integra Internet, telefone e vídeo) com as operadoras de TV paga ViacaboTV (Adelphia), proprietária de concessões em várias cidades do País, e TV Foz, que opera em Foz do Iguaçu. Os testes, inteiramente custeados pela concessionária de telefonia fixa, compreenderão inicialmente a entrega de sinais de vídeo para dois grupos de cerca de 50 residências, um em Itajaí/SC, onde a Viacabo opera, e outro em Foz do Iguaçu/PR, por um período de 60 dias. Além da programação regular das operadoras de TV, está previsto também o provimento de serviços de vídeo sob demanda.
Durante os testes, serão avaliados os resultados técnicos, financeiros, administrativos e de manutenção, no sentido de se estabelecerem os modelos de cobrança e compartilhamento de receita.
Os testes em Itajaí e Foz do Iguaçu terão ambientes diferentes. Na cidade catarinense, o piloto será feito em parceria por um consórcio formado pelas empresas ATV, Microsoft e LabOne, que farão a integração da programação da Viacabo e fornecerão a tecnologia necessária. A plataforma será da Fujitsu/Siemens, que produz o set-top StellaOne. Trata-se de uma caixa que é conectada ao modem ADSL e que trabalha com a tecnologia Windows Media 9. Segundo Paulo César dos Santos, gerente de desenvolvimento de negócios em mídia digital da Microsoft para a América Latina, será a primeira vez que essa tecnologia será testada no mundo. Em laboratório, a plataforma, segundo Paulo César, comportou transmissões de vídeo com qualidade semelhante à do DVD em uma conexão ADSL de apenas 1 Mbps. A ATV fará a integração do conteúdo da Viacabo e a LabOne será a responsável pelas plataformas de streaming que ficam na central da Brasil Telecom.

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Segundo Paulo César Martins, CEO da Viacabo, mais do que avaliar a tecnologia, a idéia é avaliar os modelos de negócios possíveis e como a regulamentação atuará sobre estes diferentes modelos de negócio. O executivo vislumbra a chance de atender por ADSL áreas não cabeadas em sua cidade ou atender apenas clientes que precisem de serviços eventuais.
Ara Apkar Minassian, superintendente de comunicação de massa da Anatel, afirmou publicamente, durante o anúncio da parceria, que qualquer coisa que a Brasil Telecom venha a fazer tem que envolver o setor de TV paga ou seguir estritamente o regulamento de multimídia e sua súmula interpretativa.
O experimento será feito sobre infra-estrutura de acesso fornecida pela Nec, Lucent, Alcatel, Cisco e Huawey. Além disso será utilizada o data center da Brasil Telecom.

Foz do Igraçu

De acordo com Paulo MacDonald Ghisi, diretor da TV Foz, caso a nova tecnologia seja aprovada, a operadora deverá complementar sua rede total planejada, de cerca de 300 km, inteiramente com os acessos ADSL. Em operação desde janeiro, a TV Foz tem atualmente 1,5 mil assinantes e um plano de atingir até 60 mil residências. No momento conta apenas com apenas 45 km de cabos coaxiais instalados.
Se vier mesmo a usar a rede da BrT, a operadora de Foz de Iguaçu deve economizar no mínimo R$ 2 milhões, diz Ghisi. Isso sem contar gastos como o aluguel de postes, o que aliás está rendendo uma disputa judicial com a Copel. A distribuidora de energia cobra R$ 6,90 pelo aluguel de cada um dos mil postes que operadora utiliza em sua rede. A TV Foz propõe que este valor seja reduzido para R$ 1.
Segundo Yon Moreira, vice-presidente da Brasil Telecom, existem outras operadoras interessadas em fechar contrato de testes com a concessionária. Ele afirma que, embora as empresas de TV paga tenham demonstrado temor de que o Turbo Vídeo representasse uma concorrência, elas de um modo geral ?estão aprendendo? que isto não ocorrerá.

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