Setor industrial enxerga no 5G possibilidades de inovação e de modelos de negócios

Foto: Pixabay

A chegada da tecnologia 5G no Brasil pode representar uma guinada significativa no setor industrial. No Painel Telebrasil que aconteceu nesta terça-feira, 29, o debate sobre como o 5G vai criar uma série de possibilidades na indústria brasileira chegou a um consenso: a nova tecnologia de conectividade trará novas formas de produção e de consumo.

Igor Calvet, Presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), acredita que, para a indústria, o 5G significa grandes inovações. "O que estamos começando a presenciar é que o 5G vai permitir conexão com coisas e objetos que nos rodeiam", diz o executivo.

Outro aspecto tratado no debate que aconteceu no Painel Telebrasil envolveu as inúmeras possibilidades de modelos de negócios que a tecnologia 5G pode oferecer. As redes privadas, que permitem a determinadas plantas industriais terem processos produtivos a partir de conexões de máquinas e equipamentos, utilizando tecnologia pura de conectividade, é um cenário possível para Igor Calvet, e isso depende do marco regulatório que será construído.

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"Recentemente conversamos com o presidente da Anatel para nós fazermos testes com frequências mais baixas para estudar possibilidades de leilão de frequências privadas. É preciso termos em mente que a lógica de redes privativas deve ser considerada, e isso com base nos estudos e testes que devem ser feitos para chegamos a um melhor modelo, afirmou Calvet.

TIM

Para o presidente da TIM no Brasil, Pietro Labriola, é preciso pensar em modelos B2B2C (business to busines to consumer). "Em muitos casos quem vai fornecer serviços é quem vai cobrar do cliente, no caso de modelos de negócios para o 5G. Quem vai cobrar do cliente o carro conectado? A montadora ou a operadora?", problematizou o executivo. Labriola disse ainda que o plano de negócio permite uma série de modelos. "Mas que também dependerão de como será o leilão e se permanecerão algumas taxas, como as cobradas por SIMcard (chip), por exemplo".

Na visão do executivo, a nova geração de rede móvel será uma tecnologia habilitadora de novos serviços, inclusive por meio do acesso fixo-móvel (FWA). "O 5G vai permitir levar à casa das pessoas e empresas uma conectividade de alta performance, sem precisar da fibra", afirmou o executivo.

Para a indústria

"A tecnologia muda o processo, a cadeia produtiva, a relação com fornecedores. E muito disso se dá pela redução de custos", avaliou o CEO da Nokia do Brasil, Luiz Tonisi. O CEO da Siemens do Brasil, Pablo Fava, salientou que a tecnologia 5G trará para a indústria robôs autônomos com movimentos, e não mais aqueles fixos. "A Inteligência Artificial faz parte de uma tecnologia industrial. Pensando em um centro de distribuição, será possível termos empilhadeira de precisão para realizar a organização dos produtos nesses centros", disse Fava.

Para Flávia Bittencourt, CEO da Adidas do Brasil, as relações de consumo serão alteradas, e isso traz uma possibilidade de permitir ao usuário novas experiências. "Com o 5G, será possível termos treinos online, para simular um treino offline. Já estamos vivendo uma era de tecnologia que permite uma série de novas práticas", disse a executiva.

A Adidas está com um projeto de implantar chips em tênis para permitir, dentro de casa, conexões entre pessoas para simular uma corrida de rua. "E precisamos de uma infraestrutura que suporte essas inovações e a imaginação do ser humano", disse Bittencourt.

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