Para TIM, mitigação na faixa de 3,5 GHz permitirá ao Brasil recuperar atraso no 5G

Foto: Free-Photos/Pixabay

Na opinião do CEO da TIM, Pietro Labriola, o Brasil está atrasado na adoção do 5G. Por isso, além de propor uma iniciativa de adotar a tecnologia de rede de acesso virtualizada e aberta do OpenRAN, o executivo destacou em sua participação no Painel Telebrasil 2020 nesta terça-feira, 20, a necessidade de retomar esse tempo perdido. Para tanto, não apenas quer o leilão de 5G não arrecadatório, mas também que a Anatel adote a solução de mitigação para a faixa de 3,5 GHz.

"Precisamos recuperar o atraso do 5G. Então, a melhor solução não pode ser outra que não seja a mitigação, porque [assim] é mais rápida a disponibilização de frequência", declarou Labriola durante o painel. "Temos grandes profissionais na Anatel e na nossa empresa que estão debatendo o tema. Eu tenho uma abordagem pragmática. Não podemos leiloar uma frequência que, depois, ficará ociosa e não poderá ser usada", complementa.

Ao falar de ociosidade, o executivo está citando o período em que a faixa de 3,5 GHz não poderia ser usada pelas operadoras até que se promovesse a migração para a banda Ku. Essa outra solução é atualmente prioritária na Anatel. A agência tem dito que os filtros LNBF para as antenas parabólicas ainda não mostraram resultados satisfatórios para a convivência do TVRO com a faixa de 3,5 GHz para o 5G. No entanto, o setor de telecomunicações teme que essa migração seja mais cara e mais demorada, impedindo a adoção da frequência comercialmente de maneira imediata.

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Leilão de 5G

Pietro Labriola também faz coro à demanda do setor por um leilão não arrecadatório, mas afirma estar satisfeito com posicionamentos recentes do Ministério das Comunicações e da Anatel neste sentido. O executivo ressaltou que essa modelagem é fundamental para permitir maiores investimentos, sobretudo considerando que o modelo de negócios do 5G também será o "b2b2c" (empresa para empresa para consumidor), com as operadoras funcionando como habilitadoras para outras indústrias. 

Também considerada oportunidade para o 5G é a tecnologia de acesso fixo-móvel (FWA). Para Labriola, a nova geração permitirá levar a ultrabanda larga para maior quantidade de residências. "O País não tem que ser toda a fibra, não tem que ser todo 5G. Vai depender da localidade", colocou o executivo. 

Iniciativas

Segundo o presidente da TIM, o setor de telecomunicações deve passar a se concentrar no cliente como centro dos negócios, tendo olho na qualidade do serviço, sobretudo na rede e no atendimento. Para tanto, Labriola sugere que se promova maior cooperação entre as teles, incluindo compartilhamento de infraestrutura para permitir uma cobertura maior e atendimento a maior parte da população. 

Além disso, ele visualiza intensificação da convergência entre serviços de telecom e serviços digitais. Como exemplo, cita a parceria da TIM com o banco digital C6, levando a carteira digital para o cliente enquanto proporciona a estrutura da tele na capacidade de cobrar para usuários desbancarizados e/ou sem cartão de crédito. 

Outro ponto citado por Labriola é a necessidade de incluir pautas de sustentabilidade, inclusão e diversidade no setor. "São elementos de inovação que temos que colocar no nosso radar que vai permitir desenvolvimento do nosso modelo de negócios."

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