Divulgados nesta quarta-feira, 29, os resultados financeiros da Vivo no segundo trimestre registraram de maneira mais intensa o impacto da drástica redução da atividade comercial causada pela pandemia do novo coronavírus (covid-19). No período, a receita líquida do grupo caiu 5,1% (para R$ 10,317 bilhões), com recuo de 21,6% no lucro líquido (R$ 1,113 bilhão).
Já o Ebitda durante o segundo trimestre encolheu 3,8% na comparação com um ano atrás, ficando em R$ 4,103 bilhões, enquanto a margem Ebitda cresceu 0,5 ponto percentual, para 39,8%. Em seis meses até junho, há queda de 0,2% no Ebitda da Vivo, de 3,2% na receita líquida e de 17,9% no lucro líquido.
Tanto a divisão móvel quanto a fixa contribuíram para o recuo no faturamento no segundo tri: ambas registraram queda de 5,1% na receita gerada em abril (quando uma "redução drástica" foi sentida pela empresa) e em maio e junho (já com sinais de "recuperação"). A receita líquida móvel da Vivo ficou em R$ 6,618 bilhões e a fixa, em R$ 3,700 bilhões.
Os investimentos do grupo também foram afetados pelo momento econômico: no segundo trimestre, o capex da Vivo recuou 19,1%, para R$ 1,909 bilhão. Os custos operacionais, por sua vez, recuaram 5,9%, para R$ 6,214 bilhões. Uma queda de 6% na despesa de comercialização de serviços (refletindo a menor atividade comercial no período) foi a principal causa.
Nesta quarta-feira, a companhia também formalizou a intenção de contar com um investidor para acelerar investimentos em uma rede neutra de fibra ótica.
Negócio móvel
No segmento móvel, a queda mais acentuada de faturamento ocorreu na vertical de aparelhos, que recuou 40,9% entre abril e junho, para R$ 373 milhões. Já a receita do serviço móvel caiu 1,5%, para R$ 6,245 bilhões.
Apenas no segmento pré-pago, a redução chegou a 4,9% no trimestre, ainda que a empresa tenha observado sinais de recuperação em maio e junho, refletindo uma abertura parcial da economia em grande parte dos estados. A receita do segmento pós-pago (incluindo M2M) também recuou, mas 0,7%.
A receita média por cliente (ARPU) também demonstrou impactos da situação econômica, recuando 2,6% no trimestre, para R$ 27,9. A queda foi maior no pós-pago humano (de 2,6%, para R$ 49,9) do que no pré-pago (de 1,3%, para R$ 12,1).
De modo geral, os acessos móveis da Vivo cresceram 0,9% no segundo tri, para 74,408 milhões. No pós-pago, houve alta de 3,4%, para 43,117 milhões, enquanto o pré-pago registrou recuo de 2,3%, para 31,291 milhões. Já os acessos M2M cresceram 8,1%, para 9,861 milhões.
Assim, a companhia ganhou 0,7 ponto percentual (p.p.) em market share no segmento móvel, passando para 33% do mercado: no pré-pago, houve ganho de 1,4 p.p., para 27,3%, enquanto o pós-pago registrou recuo de 1,1 p.p., para 38,9%.
Negócio fixo
Apesar da queda de 5,1% na receita do negócio fixo, houve alta nos resultados dos segmentos de banda larga e dados corporativos/TIC. Os serviços de TV por assinatura e voz, contudo, afetaram o consolidado.
No caso da banda larga fixa, o faturamento da Vivo cresceu 6,7%, para R$ 1,485 bilhão. Quando analisada apenas a tecnologia FTTH, o salto chega a 47,6%, para R$ 709 milhões. Enquanto a base total do serviço recuou 9,8% (para 6,554 milhões de clientes), a de fibra subiu 31,9% em um ano (para 2,863 milhões).
Ainda assim, a companhia reportou uma queda de 5,3 p.p. no market share de acessos em FTTH (para 22,9%), bem como de 2,7 p.p. na banda larga em geral (para 20,2%). Já o ARPU do serviço no segundo trimestre teve um impulso de 17,6%, refletindo a maior relevância da banda larga fixa durante o período de pandemia.
Na TV por assinatura, houve recuo de 13% na base, para 1,270 milhão de clientes. Ainda que o ARPU tenha crescido 2,6% entre abril e junho (para R$ 106,8), o faturamento no período caiu 12,4%, fechando o trimestre em R$ 408 milhões. Por sua vez, o faturamento específico com a tecnologia IPTV cresceu 22,3%, para R$ 265 milhões; já a base avançou 24,3%, para 805 mil clientes de TV por assinatura atendidos dessa maneira.
No segmento de voz fixa, houve queda de 17,8% no número de clientes, para 9,779 milhões. O ARPU recuou 3,8%, para R$ 34,7. Já a receita (registrada no balanço como voz e outros) caiu 19,1% no segundo tri, para R$ 1,118 bilhão.
O desempenho do segmento B2B, por sua vez, foi positivo e cresceu 4,6%, para R$ 688 milhões. Segundo a empresa, a comercialização de serviços de dados, cloud, TI e vendas de equipamentos impulsionaram a vertical.