Diante de um cenário de desaceleração econômica, que tem impactado severamente o segmento de telefonia móvel pré-paga, a TIM Brasil experimentou queda de R$ 313 milhões no lucro líquido no primeiro trimestre, redução de 16% no comparativo anual. Preocupada com desempenho da subsidiária brasileira, a Telecom Italia deve anunciar no inicio da semana que vem a indicação do executivo de carreira da holding italiana Pietro Labriola para uma nova vice-presidência: a de operações. A informação é da Reuters, que cita fontes com conhecimento do assunto.
A ideia da Telecom Italia com a criação da nova diretoria seria ajudar a TIM a recuperar as vendas e preparar a companhia para uma possível consolidação do mercado, reporta a Reuters.
Uma vice-presidência de operações pode sim ajudar a TIM a voltar aos trilhos diante de uma economia brasileira dando sinais claros de retração, menor crescimento da base de telefonia móvel – em alguns meses até mesmo com queda na base total de acessos, como reportam dados da Anatel, e competição mais acirrada por clientes de maior valor.
Quanto ao cenário de possível consolidação, vale lembrar que a TIM Brasil é alvo de especulações sobre possível venda e até mesmo fatiamento há mais de dois anos, e até o momento, não passou disso, especulações.
Os rumores de que Telecom Italia estaria disposta a vender a TIM ressurgiram com a entrada da Vivendi no capital da holding italiana, em decorrência da venda da GVT para a Telefónica e a migração da participação da espanhola na Telecom Italia para os franceses. No entanto, vale lembrar que se a crise colocou os pés de vez no Brasil este ano, do outro lado do Atlântico ela se estabeleceu há alguns anos, e a Telecom Italia tem visto suas receitas e lucros encolherem sucessivamente em seu mercado doméstico, fazendo da operação brasileira a principal fonte de crescimento do grupo. Assim, a TIM pode eventualmente vir a ser vendida, mas pelo que os italianos diversas vezes afirmaram "um valor justo".
A TIM Participações tem um valor de mercado na Bovespa de R$ 21,88 bilhões atualmente e é a segunda maior operadora móvel brasileira, com 26,41% de participação e 74,6 milhões de acessos móveis, atrás da Vivo, quem tem 29,26% de share e 82,6 milhões de linhas em serviço, segundo dados de junho.