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Amos quer operação única “o quanto antes”, e vai ampliar redes de fibra

A incorporação da GVT já começou na Telefônica, que aproveita mudanças em sistemas e na utilização da infraestrutura e força de campo da empresa adquirida, especialmente para a operação fixa. Com os primeiros impactos já sentidos, a companhia revisou a previsão de sinergias em potencial em relação a due dillegence efetuada pela matriz espanhola antes da compra do ativo, saindo dos R$ 9,6 bilhões do total para R$ 16,2 bilhões, considerando o que a empresa chama de “melhor cenário” com base no ambiente econômico de junho deste ano. Assim, aumenta a ansiedade para completar o processo. “Vamos operar como uma companhia única o quanto antes possível”, declarou o CEO da Telefônica, Amos Genish, durante teleconferência com analistas nesta quarta, 29. A fusão corporativa legal, seguida pela integração da marca (passará a ser apenas Telefônica/Vivo), segundo a previsão da própria empresa, deverá acontecer somente em 2016. O redesenho organizacional ainda está em estudo.

Com tudo isso, a companhia já começa a tirar do papel novas estratégias. Dentre as várias medidas iniciadas, está o projeto da migração de clientes de acessos fixos da companhia para o sistema de TI, operações de campo e de atendimento ao cliente da GVT, que deverá acontecer em 2016 e dará à empresa maior flexibilidade. Isso acontecerá em São Paulo, onde a Telefônica atua com telefonia, banda larga e TV paga. A meta é que no ano que vem a empresa passe a ter novos modelos de operações, além de unificação do portfólio triple-play e da oferta convergente com o acesso móvel.

Os paulistas poderão contar também com a rede mais moderna da GVT, o que deve proporcionar um ganho na capacidade onde a companhia só contava com backbone legado. Isso é evidenciado pela tendência de aumento da base de fibra na banda larga fixa da companhia após a fusão: de um total de 7,077 milhões de acessos, mais da metade (3,641 milhões) de conexões era FTTx. “Temos plano de usar FTTH (fibra até a residência) e FTTc (fibra até o gabinete, ou “curb” em inglês) onde não for possível chegar com a fibra. Em algumas áreas, com cenário mais competitivo, vamos continuar com FTTH, e vamos ver onde terá monetização. Será um modelo misto”, disse Genish. Ele explica que, apesar de o modelo de última milha de cobre não permitir velocidades tão altas, o custo é ainda mais barato. “Em alguns bairros onde só temos cobre, com velocidades baixas, vamos vir com solução FTTc, que terá melhor velocidade para os clientes”, complementou o diretor de receitas Christian Gebara.

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Essa estratégia com base no FTTx também valerá para a oferta de TV paga. Onde conseguir chegar com fibra até a residência para os clientes paulistas, a companhia continuará a solução de IPTV. Mas agora ela poderá contar também com a solução híbrida de DTH da GVT, que combina transmissão via satélite com IPTV.

Primeiros impactos

Os projetos tomam como base o momento atual: a Telefônica já começou a contabilizar as sinergias em receitas, iniciando a venda cruzada de serviços móveis com clientes residenciais e com serviços fixos, além de um piloto de venda de produtos da GVT em oito lojas próprias da Vivo. Até o começo de julho, a companhia afirma ter obtido uma taxa de 34% de conversão dos clientes com interesse, dos quais 40% resultaram em vendas de combos triple-play. A empresa entrou em contato com mais de 400 mil clientes fixos, e conseguiu oito contratos corporativos com um valor total de R$ 62 milhões.

Nas sinergias de Opex, a Telefônica renegociou 50 contratos, com 40 RFPs (solicitações de propostas) em andamento. Iniciou também a migração das redes alugadas com contratos expirados para a rede própria: a companhia já migrou 200 linhas com o ganho de perímetro de cobertura. Com isso, afirma ter gerado R$ 60 milhões de ganhos anuais. A expectativa é chegar a mais de 7 mil linhas migradas até 2019. Em Capex, a sinergia conseguida até o começo deste mês foi com oito rotas de backbone compartilhadas, de um total de mais de 60 rotas que serão integradas até o final de 2016.

Previsão otimista

Em conferência com jornalistas nesta quarta-feira, 29, o diretor financeiro da companhia, Alberto Horcajo, explicou que esse aumento ocorreu porque a análise agora foi feita com acesso irrestrito às informações da GVT. “Temos uma visão otimista de velocidade de captura de sinergia, mais perto de R$ 2 bilhões”, diz. “No terceiro ano após o fechamento da transação, ou seja, em maio de 2017, estaríamos perto de 70% do que seria o nível de captura.”

No melhor cenário, os ganhos com sinergias de receita previstos são de R$ 5,5 bilhões (antes previsto como R$ 2,7 bi), possibilitados pela integração do portfólio triple-play e revisão do potencial de cross-selling. O maior potencial, no entanto, é com Opex: de R$ 3,9 bilhões para R$ 6,6 bilhões. Além da economia já prevista com redes alugadas e manutenção (já que a ideia é poder utilizar a rede expandida da GVT em vez de terceiras), custos com programação de TV e organização, a companhia prevê sinergia com novo modelo de operações de campo em São Paulo, aproveitamento do atendimento ao cliente, redução de despesas e antecipação do desenho organizacional.

Em Capex, as sinergias previstas saltaram de R$ 3 bilhões para R$ 4,1 bilhões. Já era considerado a redução de investimento em backbone, backhaul em São Paulo, além de ganhos na revisão de contratos com terceiros em equipamentos junto ao cliente. Agora, a empresa espera ter revisão das premissas e ganhos em redes e TI. Entretanto, a Telefônica alerta para efeitos das condições de mercado, dizendo que grande parte das estimativas poderá ser comprovada durante 2016, quando acreditam que a administração terá uma visão mais clara do cenário.

“Já fizemos muitas mudanças, e ao longo do ano ainda trabalhamos para conseguir maiores níveis de produtividade para poder garantir qualidade de serviços com recursos adequados”, explica Horcajo. “Somos uma companhia com 34 mil profissionais, temos algumas coisas que podemos fazer igualmente bem, mas com menos recursos”.

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