O presidente da Anatel, Leonardo Euler de Morais, acredita que a Internet das Coisas (IoT) vai demandar das operadoras mais do que apenas o provimento da conexão. Para ele, as empresas precisarão mudar os modelos de negócio atuais para passar a agregar valor a serviços, uma vez que a conectividade em si será uma parte pequena dos sensores.
"Se as empresas de telecom continuarem a vender só conectividade, não terão protagonismo na cadeia de valor digital", declarou Euler durante evento online da Aliança Conecta F4 nesta segunda-feira, 29. Ele sugere um diálogo com outras verticais, como indústria e agronegócio, para entender os desafios.
O presidente da agência também acredita que o regime de serviço limitado privado (SLP) possa ganhar fôlego, permitindo às demais verticais terem uma rede própria para aplicar à IoT. "Vai depender muito dos modelos de negócio, da sensibilidade dos dados transmitidos. Uma montadora de carros com todos os equipamentos conectados processando dados da nuvem tem a questão de segredo industrial", argumenta.
Segurança
A questão da segurança vai além das redes privadas, contudo. Seja por meio de coleta de dados indiretos, seja por terem informações ligadas ao usuário (como geolocalização dos carros conectados, por exemplo), a IoT precisa lidar também com questões de privacidade e vazamentos.
O diretor da Huawei, Carlos Lauria, diz que a empresa trabalha com o conceito de segurança no desenho do projeto (security by design), para tomar todas as precauções desde o início da produção do equipamento ou solução. "Como o número de dispositivos é muito grande nessas redes de ioT, qualquer 'furo' na segurança pode ter um impacto na rede como um todo", declara. A preocupação é em evitar essa brecha e, caso aconteça, como gerencia-la para não causar mais danos.
O evento da Aliança Conecta Brasil F4 foi organizado por TELETIME nesta segunda-feira, 29.