O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) lançou nesta sexta, 29, o Programa TechD, que investirá R$ 18 milhões em pesquisa, desenvolvimento e inovação apoiando 30 projetos focados em Internet das Coisas, Saúde, Energia e Mobilidade. A iniciativa é uma parceria com a Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex) e surgiu de um levantamento realizado pelo Comitê da Área de Tecnologia da Informação (Cati), vinculado à Secretaria de Políticas Digitais (Sepod).
Os recursos não reembolsáveis terão gestão da Softex. A realização contará com parcerias estratégicas da Sociedade Brasileira de Computação (SBC), Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CPqD). A primeira rodada será da ordem de R$ 13 milhões para investimentos em bolsas para pesquisadores e para apoio direto a projetos de pesquisa por meio das ICTs (50% dos recursos do programa e 50% dos parceiros), além da expectativa de captação de mais R$ 4 milhões junto às empresas consumidoras de tecnologia. Cerca de R$ 6 milhões mais serão aportados pela própria Softex em uma segunda rodada.
"São R$ 18 milhões que vêm do PPI (projetos prioritários de inovação), de recursos da Lei de Informática, que foi modificada recentemente", explica o secretário da Sepod, Thiago Camargo, durante o anúncio de lançamento do programa em São Paulo. "A ideia de utilização dos recursos é para que a gente possa alcançar resultados maiores em tempo mais curto." O regulamento que traz a possibilidade de investimentos internos em P&D através de startups ou em venture capital está atualmente em consulta pública, que deveria ser encerrada nesta sexta-feira, mas foi prorrogada por mais dez dias.
O programa será realizado em três fases: a primeira, focada na assinatura de parcerias com instituições com capacidade de desenvolvimento dentro das linhas temáticas, já firmou 29 acordos. A segunda é o convite a "grandes empresas" que tenham interesse em consumir ou investir nos temas. E a terceira, que deverá ocorrer em agosto, terá uma chamada pública para que startups ou pesquisadores proponham projetos que apresentem soluções a serem validadas no mercado – os participantes utilizarão as necessidades das próprias grandes empresas parceiras como testes. Essas soluções também poderão ser validadas em relação ao potencial para o exterior.
Mais programas
Não são as únicas iniciativas do MCTIC. Thiago Camargo cita um projeto em parceria com o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) para incentivar startups, organizando diversos programas que já tratam do assunto para apoiar as empresas em diferentes níveis de maturidade e de nichos, evitando a competição entre si e trazendo maior estabilidade para o ecossistema. "Todos os programas serão parte de um calendário fixo e que pode apoiar uma variedade maior de empresas que estão nascendo", declarou ele durante apresentação do Programa TechD.
Camargo trabalha nesse projeto com o secretário de Inovação e Novos Negócios do MDIC, Rafael Moreira, que assumiu o cargo na semana passada. "Vamos fazer esforço nas próximas semanas, primeiro em uma prestação de contas de todos os programas que a gente apoiou, quantas startups saíram e o valor investido, porque foi muita gente recebendo auxílio do governo federal para empreender", diz. "Mas a ideia é a gente casar todos os programas sob um guarda-chuva único."
Camargo disse ainda estar conversando com a Finep para desenvolver ações que busquem aumentar o interesse de participação feminina para "perseguir carreiras" em TICs. "Já estamos conversando com a Finep, em breve deve sair coisa legal. E estamos com outros órgãos do governo para desenvolver programas", adianta.