CDMA ressurge na disputa pelos 450 MHz

No momento em que a Anatel abre para consulta pública a proposta que regulamenta a canalização e o uso de radiofreqüências na faixa de 450 a 470 MHz para o Serviço Móvel Pessoal (SMP), Serviço Telefônico Fixo Comutado (STFC) e Serviço de Comunicação Multimídia (SCM), a tecnologia CDMA parece ganhar uma sobrevida no Brasil. Em entrevista exclusiva a este noticiário, o diretor para a América Latina e Caribe do CDMA Development Group (CDG), Celedonio von Wuthenau, disse que se engana quem pensa que a tecnologia CDMA morreu e falou sobre as vantagens que o CDMA450 – uso da tecnologia CDMA 2000 nos 450 MHz – leva em relação às tecnologias concorrentes, como o GSM, o WiMAX e o WCDMA. Os principais trunfos do CDMA450, segundo ele, são a capilaridade da tecnologia, presente em mais de 75 países e 125 operadoras, totalizando 120 milhões de assinantes, e o menor custo de infra-estrutura. Isso porque uma única estação radiobase (ERB) CDMA 2000 é capaz de cobrir uma área de 50 quilômetros, chegando a 60 quilômetros dependendo da topologia do local. Para 'iluminar' esse mesmo raio, diz Wuthenau, seriam necessárias três ERBs GSM 800 MHz ou 12 ERBs GSM 1800/1900 MHz ou 16 ERBs para a faixa de 2100 MHz. O executivo lembra que esse diferencial do CDMA450 está alinhado com a proposta da Anatel, de atender áreas urbanas e remotas, onde há pouca ou nenhuma oferta de serviços de comunicação. "Essa redução de custo de instalação e operação da infra-estrutura justifica e viabiliza o plano de negócios das operadoras nesses locais de baixa densidade populacional", explica. Outra vantagem do CDMA 2000 é o fato de ser a única entre as concorrentes capaz de evoluir para o 1xEVDO revisão A. "Esta é a tecnologia 'top de linha' em termos de terceira geração, com downloads de 3,1 Mbps e uploads de 1,8 Mbps", diz.
O diretor do CDG garante, também, que o CDMA 2000 atende plenamente à exigência da Anatel de destinar subfaixas em caráter primário e secundário, dependendo do serviço prestado. "Como essa tecnologia opera em 1,25 MHz, até duas operadoras podem explorar a mesma faixa, em duas freqüências separadas, de 5 MHz cada, e com sobras", explica. "Isso garante a possibilidade de contar com até três portadoras por freqüência e o menor índice de interferências e queda de link", completa. Apesar disso, Wuthenau alerta que o governo precisa estudar a limpeza do espectro para a melhor qualidade dos serviços. Otimista, ele acredita que o leilão da faixa de 450 MHz a 470 MHz deve ocorrer até o final do ano e aposta nas operadoras Vivo, Oi, TIM, Telefônica e Embratel. "Para as móveis, é a oportunidade de expandir suas redes com menor custo e para as fixas, uma chance de ouro para oferecer também a telefonia móvel".

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