O primeiro e até então único presidente do CPqD, Hélio Graciosa, entregou na tarde de quinta-feira, 28, sua carta de renúncia ao conselho de administração da instituição – Graciosa é presidente desde que o CPqD ganhou status de fundação, em 1998. O motivo da renúncia, aparentemente, é um mal estar entre Graciosa e membros do governo, que não estariam satisfeitos com a atual administração da instituição.
Desde o ano passado o CPqD tem enfrentado atrasos significativos no repasse de recursos do Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (Funttel), não a única, mas uma das principais fontes de financiamento da fundação. O Funttel é responsável, por exemplo, pelo financiamento dos caros projetos na área de comunicações óticas, arcando não apenas com os salários dos profissionais, mas também com equipamentos e materiais de testes.
Graciosa lembra que, desde que assumiu o cargo, tem "envidado todos os esforços para tornar o CPqD um vetor de desenvolvimento para o país, via geração de tecnologia, colocação de inovação no mercado e criação de empresas".
No comunicado divulgado pelo CPqD, a instituição admite que "há tempos, vêm ocorrendo grandes instabilidades no recebimento desses recursos, que, segundo Graciosa, decorrem de um desconforto com a administração atual do CPqD. Assim, para preservar o futuro da instituição, tomou a decisão de renunciar ao cargo, com a certeza de que a competência do CPqD hoje é reconhecida não só no Brasil mas no mundo".
Ainda não há informações sobre a nomeação de um presidente interino ou se haverá a necessidade de uma reunião extraordinária do conselho para nomeação de outro presidente. A próxima reunião do conselho aconteceria apenas em três semanas.