O conselho de administração da Telebras foi reconduzido quase que integralmente durante assembleia geral realizada pela estatal, com exceção de representante de acionistas minoritários donos de ações preferenciais – que perderam representação no órgão.
A mudança ocorreu após a Telebras fazer valer artigo de seu estatuto social que garante participação no conselho para detentores de pelo menos 10% do capital social; atualmente, os acionistas pessoa física ditos "preferencialistas" possuem menos de 3% das ações.
Com isso, votos no representante do grupo que atuava no conselho de administração não foram sequer contabilizados durante assembleia geral ordinária da estatal realizada no dia 20 de abril. O mapa detalhado de votação foi publicado nesta última quinta-feira, 28.
Na ocasião, a Telebras explicou que o ministério supervisor (no caso, o Ministério das Comunicações) passa a poder indicar mais um representante. A União, contudo, declarou o cargo vago, deixando o conselho com apenas seis cadeiras ocupadas.
Pelo MCom, seguem no órgão a secretária-executiva adjunta, Flávia Duarte Nascimento; o secretário de radiodifusão, Maximiliano Martinhão; e o chefe de gabinete da pasta, Wagner Primo. Completam o conselho representante dos minoritários donos de ações ordinárias, dos funcionários da empresa e um membro independente.
Já o conselho fiscal teve eleita a secretária-executiva do MCom, Maria Estella Dantas, além de dois representantes do Ministério da Economia (Priscila de Souza Cavalcante de Castro e Lincoln Moreira Jorge).
Aumento
Entre ações ordinárias e preferenciais, a União somava 89% do capital social da Telebras no fim do ano passado. Outros acionistas eram a Finep (4,7%) e o banco Cruzeiro do Sul (1,6%), além dos milhares de investidores pessoas física
Com um aumento de capital já aprovado pela União no horizonte, é possível que o quadro acionário da Telebras passe por novas mudanças. O processo vai envolver sobretudo adiantamentos já transferidos pelo governo – que terá direito de utilizar créditos relativos aos investimentos na estatal e de subscrever ações de minoritários que não exercerem direito de preferência.
Vale lembrar que a Telebras chegou a avaliar a conversão de ações preferenciais em ordinárias, em plano que poderia reforçar o nível de governança da estatal. A abordagem foi dificultada pela indefinição no processo de privatização da empresa – que não deve ocorrer em 2022.