Estados e cidades já aderiram à parceria com operadoras para acessar mapas de calor

Até o momento, nove entes federados realizaram parceria com as operadoras para acessarem os dados de geolocalização, elaborados a partir dos mapas de calor, das pessoas que possuem linhas de celular. Os locais são os estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Bahia e Pará; as capitais Porto Alegre, Belo Horizonte e Rio de Janeiro; e as cidades de Campos dos Goytacazes (RJ) e Campinas (SP).

A ação é uma das formas encontradas para mapear o índice de isolamento social e permite aos governos saber mais sobre a circulação de pessoas, fazendo com que façam avaliações e desenvolvam estratégias de prevenção e combate à epidemia do novo coronavírus (covid-19).

Segundo Marcos Ferrari, presidente executivo do SindiTelebrasil, entidade que reúne as grandes operadoras de telecomunicações, no lançamento da ferramenta no último dia 22 de abril, havia uma demanda de 23 entes que queriam ter acesso aos dados. "A ideia é até o final desta semana fechar esta demanda para em seguida iniciar um novo ciclo de parcerias", disse Ferrari ao TELETIME.

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O funcionamento da ferramenta

Os dados elaborados a partir das manchas de calor têm o potencial de cobrir todo o Brasil. "A junção das quatro operadoras permitiu que houvesse a cobertura nacional. Tanto em áreas mais densas quanto as menos densas nas zonas rurais e zonas urbanas. Onde tem uma estação radiobase (ERB), vai ter o mapeamento. A fonte básica da informação é a ERB, é um dado que está gravado nela. Nossos telefones estão conectados sempre em alguma antena", diz Ferrari. A agregadora dos dados é a ABR Telecom.

O executivo ressalta que estas informações que constam nas ERBs são completamente anonimizadas, não sendo possível saber quem é a pessoa que está em determinada localidade e muito menos ter acesso a qualquer dado de voz, mensagem, dados de navegação etc. Sabe-se apenas que ali tem uma linha de telefone móvel, diz Ferrari.

"O sistema foi desenvolvido especificamente para isso. Esse modelo, das quatro operadoras juntas, é inédito. Agora, mancha de calor não é novidade. O conceito de mancha de calor é um conceito estatístico. Ele é um dado comum para uso de vendas, por exemplo. No nosso caso, são as concentrações de linhas telefônicas", aponta Marcos Ferrari. O executivo informou ainda que essa parceria entre as operadoras dura até o final de junho, podendo ser prorrogado caso haja necessidade, a depender do avanço da pandemia no País.

Após o ente realizar a adesão com o ofício assinado, o passo seguinte é a assinatura de um acordo de Cooperação Técnica e um Acordo de Confidencialidade, também assinado pelas autoridades máximas. Depois dessa etapa, dentro de 48h o representante indicado pelo ente receberá as chaves de acesso por email. Em seguida, é possível acessar a dashboard que mostra a cobertura. Os dados gerados sempre serão do dia anterior, e não em tempo real.

Quem pode acessar

Podem aderir à ferramenta municípios acima de 500 mil habitantes, capitais, estados e a União. A adesão de um estado já inclui os municípios da respectiva unidade federativa. "O estado tem acesso a toda a área do estado, o município a toda área do município, e a União a todo o Brasil", diz Ferrari.

O executivo afirma que existem cerca de 80 entes federados que podem acessar os dados e realizar a parceria com as operadoras. Para aderir, cada ente acessa uma plataforma na qual realiza um cadastro. É preciso ter um email oficial com a terminação ".gov". Depois de cadastrado, é preciso fazer um download do ofício que consta na plataforma, que deve ser assinado pela autoridade máxima do ente federado. No documento, deve haver a indicação de quem terá acesso à plataforma. Serão disponibilizadas cinco senhas para cada ente parceiro.

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