Com avanço da TV digital, uso de parabólicas cai no País, aponta IBGE

Foto: Pixabay

Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) sobre o quarto trimestre de 2018 revelam transformações na relação dos lares brasileiros com a televisão. Em investigação sobre o acesso à Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), a pesquisa aponta aumento da recepção de TV digital aberta, queda no uso de parabólicas e uma leve queda na presença de TV por assinatura nos lares, além de uma evolução na adoção de telas finas. Pela primeira vez, a pesquisa incluiu dados sobre rendimento médio e sua relação com os diferentes tipos de serviços.

Foram mapeados, em 2018, 71,7 milhões de domicílios particulares permanentes no país. A presença da TV seguia altíssima, embora seguindo tendência de ligeira redução. A pesquisa revelou que o equipamento estava em 96,4% dos lares, ante 96,7%, em 2017. A região Norte seguia, em 2018, com o menor percentual de domicílios com televisão (92,3%), enquanto a região Sudeste permaneceu com o maior resultado (97,8%).

TV digital

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A PNAD Contínua aponta maior presença dos televisores de tela fina nos lares, subindo de 49 milhões para 53 milhões (de 69,8% para 74,3%) dos lares. Já a arcela de lares apenas com TVs de tela fina alcançou 64,5%, avançando mais de 10 pontos percentuais desde 2016.

A presença das TV de tubo caiu de 27 milhões para 23 milhões (de 38,8% para 31,9%) no período de um ano. Poucos lares ainda contam apenas TVs de tubo: 22,1%, contra 32,2% dois anos antes.

A recepção digital de TV aberta já estava em 86,6% dos lares em 2018, com percentual ainda maior (89,9%) em área urbana. Embora a penetração seja maior nas cidades, a evolução foi intensa aconteceu na área rural, onde 64,1% dos lares tinha receptor digital, contra 53,5% em 2017. Avançou ainda o uso de conversores para a TV digital. O uso da caixa conversora estava em 54,9% dos lares que contam com TVs de tubo, ante 41,8%.

Em 2018, 2,14 milhões de domicílios ainda não tinham alternativa para receber o sinal de TV digital. São os domicílios com aparelho sem conversor que também não recebiam sinal de televisão por antena parabólica e nem tinham serviço de televisão por assinatura. O percentual caiu pela metade de 2017 para 2018, de 6,2% para 3,1%.

Enquanto avança a adoção de TV digital nos lares, cai o uso de antenas parabólica (TVRO), que utiliza a banda C e está centro das discussões para uso da faixa de 3,5 GHz no leilão de 5G. A recepção por antena parabólica caiu de 32,4% para 30% do total de lares. Embora a queda tenha acontecido tanto em área urbana quanto rural, nota-se ainda grande dependência de recepção satelital na área rural, onde 66,7% dos lares contavam com o equipamento. Em área urbana a penetração era de 24,6%, queda aproximadamente 2 pontos. Nas regiões Nordeste e Norte a maior concentração de domicílios com antena parabólica é mais relevante: 43,8% e 41,0%, respectivamente.

TV por assinatura

A PNAD identificou uma ligeira redução no percentual de domicílios com TV por assinatura, que passou de 32,9% para 31,8% no final de 2018 (clique aqui para dados atualizados de março de 2020). Nota-se, no entanto, levíssimo aumento na área rural (de 14,1% para 14,9%). Note-se que esse número é muito maior do que a densidade registrada pela Anatel (22%). A discrepância se deve entre outras coisas ao elevado índice de pirataria.

Na região Sudeste o percentual de domicílios com o serviço de TV paga era 41,4%, sendo 42,2% em área urbana e, em área rural, 28,4%. Já no Nordeste a penetração do serviço era de apenas 17,6% dos lares, subindo para 20,5% quando computada apenas área urbana.

A TV que cabe no bolso

A PNAD Contínua evidencia uma correlação do rendimento com as diversas modalidades de recepção. O rendimento médio per capita nos menos de 4% de domicílios sem televisão era de R$ 954 no último trimestre de 2018, menos de 60% do rendimento per capita nos lares com TV (R$ 1.620). Seguindo a lógica, o rendimento médio per capita nos lares equipados apenas com TV de tubo é significativamente menor (R$ 1.008) do que nos domicílios que têm somente TV de tela fina (R$ 1.875).

A TV por assinatura, revela a pesquisa, é altamente dependente de renda. O rendimento real médio per capita dos domicílios que tinham televisão por assinatura (R$ 2.721) superou o dobro do registrado naqueles sem este tipo de serviço (R$ 1.106). Interessante notar que, em área urbana, o rendimento nos lares sem o serviço pago (R$ 1.178) se igualava ao rendimento nos equipados com TV por assinatura em área rural (R$ 1.197).

A PNAD Contínua aponta a não adoção do serviço de TV por assinatura se dá principalmente pelo preço (51,8%) e falta de interesse (42,5%).

Embora a pesquisa não tenha mapeado a adoção de serviços OTT, nota-se, no último trimestre de 2018, um impacto da modalidade na TV paga tradicional. Entre os que não tinham acesso à TV por assinatura, 3,5% apontava que os vídeos (inclusive de programas, filmes ou séries) acessados pela Internet substituíam este serviço.

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