A banda larga fixa brasileira encerrou fevereiro mantendo a tendência dos últimos meses: com mais fibra, maior velocidade e maior presença dos provedores regionais. Considerando a média histórica da evolução das bases nos dados divulgados pela Anatel nesta sexta-feira, 29, o mercado deverá começar a sentir mudanças já na metade deste ano, embora a tecnologia de acesso na última milha ainda caminhe em ritmo mais lento.
Ao todo, o mercado de serviço de comunicação multimídia cresceu 0,17% no mês e ficou com 31,312 milhões de contratos em fevereiro. O crescimento em 12 meses é de 7,05%, total de 2,061 milhões de acessos. Os provedores regionais contavam com 6,626 milhões de conexões no segundo mês do ano, aumento de 1,77% no comparativo mensal. Por sua vez, a Vivo caiu 0,37% e ficou com 7,532 milhões de acessos. O maior grupo, formado pelas empresas da América Móvil (Claro, Embratel e Net), aumentou 0,32% a base e ficou com 9,402 milhões de contratos no mês. A Oi encerrou fevereiro com 5,879 milhões de linhas, recuo de 1,05%.
O grupo de provedores regionais, mesmo sem considerar a estimativa recente de 11,8 milhões de acessos não contabilizados, manteve o ritmo de crescimento constante: após deixar a Oi para trás e assumir a terceira colocação de maior base no País, agora começa a encostar na Vivo. Considerando a média dos últimos 12 meses na quantidade de adições registradas pelos ISPs e comparando com o ritmo praticamente estável da Telefônica, a previsão é que o grupo de regionais se torne a segunda maior base no Brasil entre julho e agosto, quando ambas deverão estar no patamar de 7,5 milhões de acessos. Vale ressaltar que a projeção leva em consideração apenas os números do mercado em 2018, e fatores externos como a macroeconomia podem acelerar ou frear essa expansão dos pequenos.
Velocidade
Contrário do que vinha acontecendo em meses recentes, em fevereiro apenas a faixa de velocidades acima de 34 Mbps cresceu. Foram 341,9 mil adições líquidas, um avanço de 4,03% e um total de 8,831 milhões de acessos. Em 12 meses, o crescimento já é de 84,92%. Assim, esse recorte já representa 28,20% do total brasileiro. As velocidades que mais caíram foram justamente na faixa de maior base: nas conexões de 2 Mbps a 12 Mbps: 150,2 mil desconexões no mês (recuo de 1,55%). Ao todo, esse recorte tinha 9,536 milhões de acessos em fevereiro.
Aqui há maior inconsistência no registro mensal da faixa de 2 Mbps a 12 Mbps, mas é seguro afirmar que já em maio, as conexões com velocidades acima de 34 Mbps serão a maior base do País. Nos próximos três meses, esse recorte passará dos 9,5 milhões de acessos.
Tecnologia
A fibra foi praticamente a única forma de acesso a apresentar aumento em fevereiro. Foram 293,5 mil adições líquidas, um avanço de 5,03% no comparativo mensal, totalizando 6,134 milhões de acessos. O único outro número significativo foi do cabo, que adicionou 8,9 mil contratos no mês, um avanço de 0,10%, deixando a base com um total de 9,442 milhões de acessos. As maiores quedas foram em xDSL, ainda a maior tecnologia do País, que teve recuo de 1,52%, total de 11,912 milhões de acessos. O rádio (spread spectrum) também mostrou queda: 1,57%, total de 2,118 milhões de contratos.
Apesar do avanço, a fibra ainda vai levar algum tempo para chegar ao patamar praticamente estável do cabo. Também levando em consideração a média dos últimos 12 meses, os acessos FTTH deverão chegar à casa das 10 milhões de conexões somente em junho de 2020, empatando ou passando a base de cabo. Porém, apenas quatro meses depois, em outubro do ano que vem, a fibra deverá passar também os acessos em cobre. Notadamente, a projeção só leva em consideração a média histórica. Há possibilidade de a fibra avançar conforme a estratégia dos grandes grupos passa a focar mais na tecnologia.