Caso os Correios não revertam perdas a saída será a privatização, afirma Kassab

Os prejuízos dos Correios e a possibilidade de privatização da empresa foram confirmados nesta quarta-feira, 29, pelo ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab. "Não é o nosso objetivo privatizar os Correios, não trabalhamos com essa hipótese", afirma. Mas ele argumenta que caso a empresa não encontre uma solução para o equilíbrio de suas contas, a única opção será a privatização.

"É fundamental que todos saibam que, seja a empresa Correios como qualquer outra empresa estatal, hoje, a conjuntura econômica do País e a dificuldade financeira do governo impedem qualquer socorro. Eu volto a dizer que (espero que) os Correios resolvam seus problemas internamente, o que vai acontecer o mais rápido possível, (que efetuem) os cortes de despesas e que surjam as receitas adicionais necessárias para o equilíbrio da empresa. Nenhum de nós brasileiros gostaria de ver a empresa privatizada", disse o ministro.

Mais cedo, o presidente dos Correios, Guilherme Campos, disse em audiência na Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado que o principal problema da empresa é com o plano de saúde dos funcionários, que estaria matando a estatal. Segundo Campos, nos moldes que opera hoje, o sistema é inviável e não cabe no orçamento da instituição. "No prejuízo de R$ 2,1 bilhões da empresa em 2015, R$ 1,6 bilhão corresponde aos gastos com o plano de saúde", disse.

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Em 2016, a previsão de prejuízo é de R$ 2 bilhões, sendo R$ 1,8 bilhão referentes ao plano de saúde. De acordo com Campos, atualmente o plano de saúde atende a todos os funcionários, seus dependentes, cônjuges e pais. Os Correios entram com 93%; os trabalhadores, com 7%.

Campos disse que a evolução tecnológica e a Internet impactaram diretamente as empresas postais não só no Brasil, mas em todo o mundo. Porém, em outros países, houve reação mais rápida às transformações. "Cada país achou uma solução, seja na logística, no setor financeiro ou em outros serviços. Temos que achar uma nova fórmula de sobrevivência", disse.

 

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