O modelo de venda de assinatura de streaming de música está se fortalecendo sobre aquele de download de mp3s entre as operadoras móveis ao redor do mundo. Se no Brasil a Oi fechou parceria com a Rdio, na Europa a Orange trabalha em conjunto com o Deezer, outro serviço de streaming de música, que já conta com 1,4 milhão de assinantes na França. "Somos um caminho para evitar o churn nas operadoras e para que elas não sejam meros canos", disse o CEO da Deezer, Axel Dauchez. O serviço será lançado em outros 20 países da Europa, Oriente Médio e África. "O mercado da música está em países emergentes. Nós conquistamos ouvintes entre aqueles que consumiam conteúdo pirata ou que pagavam por downloads", comentou Dauchez, que participou de um seminário sobre o futuro da música em mobilidade, nesta quarta-feira, 29, no Mobile World Congress (MWC), em Barcelona.
Curiosamente, dentre os oito painelistas não havia sequer um representante de gravadoras. "Antigamente os selos tinham a função de botar os artistas para tocar nas rádios. Agora, as pessoas que trabalhavam em selos estão mudando para a área de gerenciamento de carreiras artísticas", disse Bertis Downs, agente da banda REM.
Para os artistas, a mobilidade, embora não proporcione ainda uma receita significativa, representa um canal de comunicação estratégico. "A mobilidade é o tíquete para o futuro da música, na visão dos artistas", disse Ceci Kurzman, agente da cantora Shakira. "Os celulares podem nos ajudar a ganhar escala e a diminuir a dependência nas rádios", complementou Matt Drouin, agente da banda independente Metric, que conseguiu vender 500 mil cópias de seu disco mesmo sem ter contrato com qualquer gravadora.