Matriz dá sinal verde e Alcatel-Lucent fabricará ERBs no Brasil

Enquanto o mercado aguarda a definição do edital de licitação da faixa de 2,5 GHz, esperado para abril e que permitirá a implantação do 4G no Brasil, fornecedores de tecnologia se preparam para atender exigências de fabricação nacional de parte dos equipamentos.

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Essa semana, a Alcatel-Lucent deu sinal verde para a subsidiária brasileira voltar a fabricar no Brasil. De acordo com o presidente da Alcatel-Lucent Brasil, Jonio Foigel, a empresa começou a aprofundar a análise para fabricação local, estimando custos, decidindo pela empresa que fabricará os produtos no território nacional em regime de OEM e o cronograma de fabricação. “A decisão está entre a Flextronics e a Samina, que já fabricam globalmente para a Alcatel-Lucent e ambas com plantas no Brasil”, conta Foigel. Os equipamentos a serem produzidos localmente serão Estações Radiobase (ERBs) para as novas redes LTE e num cálculo rápido o executivo estima em pelo menos US$ 2 milhões o investimento para a fabricação local, especialmente para montar os laboratórios de teste e homologação dos equipamentos.

“Não vemos problemas em fabricar nacionalmente, mas temos que encontrar uma maneira de conseguir fabricar aqui com no mínimo o mesmo preço que conseguimos trazer lá de fora”, adverte Foigel. Ele defende ações de incentivos fiscais para tentar baratear o custo de produção no Brasil.

Desenvolvimento

Foigel se mostrou mais reticente na questão do desenvolvimento local de tecnologia. “Temos que discutir mais com o governo. Não é uma política de curto prazo, mas um engajamento de 5 ou 6 anos pelo menos. Hoje a produção de uma família de produtos é distribuída globalmente, cada lugar faz uma parte, mas a empresa está aberta e nossa ideia é trazer parte da produção do Cubo (lightRadio) para o Brasil”, enfatiza.

O argumento da Alcatel-Lucent, entretanto, é de que devido aos custos do Brasil, a ideia de um investimento direto, sem contrapartida do governo, é inviável. “Se o PPB fosse suficiente, as empresas já estariam desenvolvendo aqui há muito tempo. Precisamos de incentivos adicionais”, pontua. Jonio exemplifica tais incentivos como países que oferecem um US$ 1 de incentivo fiscal para cada US$ 1 investido no desenvolvimento local, sugerindo ainda que as multas que os fornecedores receberam por não aplicarem corretamente no entendimento do governo os recursos do PPB fossem utilizadas também como moeda de troca. Só a Alcatel-Lucent foi multada em R$ 120 milhões e, pela sugestão do executivo, isso poderia gerar um investimento de R$ 240 milhões no Brasil.

450 MHz

Foigel acredita que a vinculação à licitação do 2,5 GHz de obrigações relativas à faixa de 450 MHz provocará ainda muitas discussões e isso poderá atrasar a realização do leilão para junho ou julho, em vez de maio, como planejado. “Teremos tempo suficiente para planejar a produção, que terá um processo gradativo. Começaremos com alguns equipamentos e a produção completa deve estar em operação no período de um ano a um ano e meio.

Já em relação à produção de equipamentos LTE na faixa de 450 MHz, Foigel foi direto: “Não está no nosso roadmap, pelo menos de curto e médio prazo”. Segundo ele, ainda que a faixa seja boa para se usar a tecnologia LTE, sem escala nos terminais a tecnologia está fadada ao fracasso.

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