A Vivo deve intensificar nos próximos meses as exigências de redução de pegada de carbono para fornecedores, como parte dos esforços da empresa para cumprir metas de diminuição nas emissões de gases de efeito estufa.
A medida envolve uma atualização na política de fornecedores da empresa, com exigências contratuais e de inventários de emissões se tornando cada vez mais comuns, explicou a diretora de sustentabilidade da Vivo, Joanes Ribas. Ela participou do evento Telecom ESG realizado pela TELETIME nesta quarta-feira, 27, em São Paulo.
"No futuro, ou você faz parte da jornada de reduzir o impacto ambiental ou não fará parte dos fornecedores da Vivo", declarou a executiva. O mapeamento das emissões na cadeia de valor de 1,2 mil fornecedores foi feito ao lado de uma consultoria e é um dos passos na pretensão da operadora de zerar emissões líquidas até 2035.
Entre 2015 e 2023, a empresa já aponta uma redução de 90% nas emissões, passando de 264 mil toneladas de CO² no início da série para 25 mil toneladas de CO² no ano passado. Nos próximos passos até o status de net zero, o escopo 3 é considerado o maior desafio, ainda que o engajamento de parceiros nas iniciativas ambientais esteja aumentado, chegando a atuais 87%.
A resposta à emergência climática, contudo, também recebe questionamentos. Eles envolvem dúvidas sobre uma possível desaceleração da agenda ESG, sobretudo após a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos e de uma COP 29 com poucos resultados concretos, afirma Ribas.
Ainda que a discussão global sobre o tema pareça estar "regredindo", grandes empresas como a Vivo devem seguir sendo cobradas pelo papel ambiental que exercem, avalia a diretora de sustentabilidade da tele. "A nossa mensagem é reafirmar que somos uma empresa com esse forte compromisso e que isso não vai mudar".
Resíduos sólidos
Entre os muitos exemplos de ações da empresa dentro da Agenda ESG, ela destacou a iniciativa promovida pela Vivo em logística reversa de equipamentos eletrônicos, que coletou 150 toneladas entre 2006 e 2023, com ajuda de urnas em pontos de vendas.
A empresa também relata mais de 1 milhão de modems e decodificadores recondicionados após processo de coleta junto a clientes, gerando economias de capex (investimento) de R$ 472 milhões.