Operadoras negociam acordo para compartilhar cobertura em rodovias

Executivos das operadoras e conselheiro da Anatel, Alexandre Freire, em evento em São Paulo

Um evento promovido pela Anatel e pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) nesta quinta-feira, 28, indicou avanço em negociações das principais operadoras móveis brasileiras para um modelo de cobertura comum em rodovias, ainda que haja discordância sobre modelos e o papel da regulação no processo.

Promovido em São Paulo, o encontro reuniu o CEO da TIM, Alberto Griselli; o presidente da Claro, José Félix; e a vice-presidente de assuntos regulatórios da Vivo, Camilla Tapias. Eles participaram de debate ao lado do conselheiro da Anatel, Alexandre Freire – que relata processo na agência sobre um novo regulamento para o roaming no atendimento de rodovias.

O tema deve ser pautado na Anatel a partir de fevereiro de 2025, mas as operadoras têm pressa. Sobretudo a TIM, que tem apostado em contratos com concessionárias privadas de rodovias para conectividade 4G (algo incentivado pela ANTT) e buscado acordos de roaming com concorrentes para complementar a cobertura.

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"Como nós abrimos nossas redes para evitar investimentos improdutivos nas rodovias?", questionou Alberto Griselli, durante fala no evento. "Todos passam por elas, clientes da TIM, da Vivo e da Claro. Então vamos construir três redes ou achar um acordo sustentável para aproveitar a tecnologia de cada uma, em investimento produtivo que não desperdice recursos?".

José Félix, da Claro, também defendeu publicamente uma cooperação. "Precisamos viabilizar isso mais rápido, porque hoje a gente negocia demais. Temos que nos entender e chegar em um acordo rápido, e esse encontro pode ser uma semente de uma solução de alguns problemas sérios".

Ao TELETIME, o presidente da Claro chegou a indicar que novidades no tema podem ser sacramentadas "em breve", em processo de negociação de mercado que não precisaria passar necessariamente pela mediação da Anatel.

Já a TIM entende que existem "desafios regulatórios" a serem endereçados, uma vez que o direito do consumidor se conectar a uma rede aberta depende da detentora do assinante. Ainda assim, na visão da operadora a solução mais rápida para começar uma abertura das redes nas rodovias é a partir dos acordos de roaming.

Outras operadoras, contudo, têm cogitado modelos como o compartilhamento de rede (RAN sharing), que poderia ter até mesmo uma abrangência ampla para alcançar rodovias concedidas em nível nacional. Este caminho pode ser considerado mais complexo, dependendo inclusive de aprovações como do Cade.

Vale lembrar, contudo, que TIM e Vivo estão em disputa sobre o tema. A TIM conseguiu da Anatel uma cautelar obrinado a TIM a abrir o roaming em estradas, e a Vivo foi à Justiça contra a decisão da agência.

Premiação

Durante o evento, a TIM também foi agraciada com o Prêmio Infraconnect, na categoria Conectividade e Infraestrutura das Rodovias com Projeto Rodovia Conectada.

A premiação foi idealizada pela ANTT e pelo Centro de Altos Estudos em Comunicações Digitais e Inovações Tecnológicas (Ceadi) da Anatel, reconhecendo projetos que envolvem telecomunicações, infraestrutura e conectividade, com foco em fortalecer políticas públicas de rodovias, gestão de crise e logística multimodal.

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