No Brasil, 87% das estações 5G utilizam infraestrutura já instalada

Foto: Pixahive

Cerca de 87,3% das estações rádio base (ERBs) 5G no Brasil reutilizaram estruturas anteriormente instaladas, que servem de suporte às tecnologias anteriores, como 2G, 3G e 4G. Já apenas 12,7% das ERBs foram implantadas em novas infraestruturas, sendo que, desse percentual, a ampla maioria (69,4%) está a uma distância de 40 a 500 metros de uma infraestrutura já existente.

Os dados são da consultoria Teleco e constam em um estudo do IPE Digital, assinado por Agostinho Linhares e Leonardo Euler de Morais, a respeito da implantação da tecnologia 5G no Brasil. A reutilização da infraestrutura ocorre em momento onde players de infraestrutura e a Anatel olham com preocupação o cenário de estagnação no adensamento das redes móveis.

O IPE Digital, por sua vez, destaca estimativa que o compartilhamento passivo de estações rádio base (ERBs) na expansão das redes 5G pode reduzir os custos operacionais em até 30%, patamar que pode alcançar entre 50% a 60% no caso do compartilhamento ativo

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Os autores ressaltam que a prática de reuso de infraestrutura aconteceu também na Europa. "Afinal, reduz as barreiras e diminui a necessidade de novos sítios. Vale lembrar que dentre às barreiras à instalação da infraestrutura de telecomunicações necessária para garantir conectividade digital, destaca-se a dificuldade na obtenção de licenças municipais para a instalação de torres e sítios de antenas de telecomunicações", afirmam.

Além da redução de custos e da dificuldade na aquisição de novos sítios, outras razões para o compartilhamento incluem a racionalização da infraestrutura das redes legadas, a diversificação de investimentos em outras inovações e a busca por redução dos custos dos serviços.

Os autores do estudo lembram, ainda, que 64% das estruturas têm apenas uma operadora. Hoje, do total de estações 5G, 40% são greenfield (em terrenos), 18,4% rooftop (em coberturas de edifícios) e 40% não têm identificação (podendo ser greenfield ou rooftop).

"Não obstante a importância do reuso da infraestrutura existente e seu papel na implementação inicial das redes 5G, é de se esperar que determinadas áreas densamente urbanizadas demandem a complementação de capacidade, por meio de instalações de estações de menor porte, tipicamente instaladas em postes, fachada (ou topo) de prédios, ou ambientes indoor", dizem.

Para os autores, essas small cells serão responsáveis por cobrir áreas como praças, ruas muito movimentadas, estádios, shopping centers, rodoviárias e aeroportos. "A demanda por elas decorre da necessidade de atender um alto nível de tráfego devido à concentração de pessoas em uma área mais delimitada, além de eliminar áreas de sombra."

[Já] "os novos sítios para ERB's de grande porte poderão ser utilizados principalmente para a expansão das redes 5G (e tecnologias anteriores), principalmente em áreas menos urbanizadas", aponta o documento. 

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