Mesmo em estágios diferentes, operadoras seguem trabalho contínuo de ESG

Painel 2 TelecomESG
Foto: Marcos Mesquita/TELETIME

O setor de telecomunicações brasileiro vive, um crescente amadurecimento em relação à agenda ESG. Há uma variedade de estágios de maturidade na implementação da agenda em empresas de diferentes portes buscando integrar práticas sustentáveis, promover a inclusão social e fortalecer a governança. A multiplicidade de fases das teles e os desafios específicos de cada um foram tópico de discussão no TelecomESG, evento  organizado pela TELETIME em São Paulo, nesta quarta-feira, 27.

Empresas como Vivo, TIM e Claro já apresentam jornadas mais longas e bastante consolidadas. Elas venceram os desafios iniciais de estruturar internamente as áreas, convencer a alta gestão, desenhar os principais projetos e já partiram para esforços no sentido de disseminar a cultura ESG para clientes, fornecedores e parceiros, reconhecendo os desafios e a importância de uma abordagem colaborativa e gradual. "A cultura é ESG é contínua e sempre será contínua", afirmou a gerente ESG da TIM, Anna Carolina Meireles.

No caso da TIM, ela destaca a perenidade das ações, que integram o Relatório de Sustentabilidade desde 2008, e a conquista de uma"cultura inclusiva". Segundo Anna Meireles, a TIM já se coloca e se vê como uma empresa que atua de maneira proativa pela inclusão. "O nossa maior conquista, como área que lidera essa agenda dentro da empresa, é perceber como outras áreas incorporaram as preocupações e prioridades da agenda em suas atividades sem que isso tenha que partir de nós".

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Enquanto isso, outras empresas de médio porte, como a Alares, Ligga e Brasil Tecpar ainda encontram-se estão em estágios iniciais, mas já com força em aspectos importantes, como a própria governança.

"A governança tem que ser a base para qualquer outra ação. Para tratar da parte ambiental, do social, para que aquilo continue perene, o ESG não deve acabar em apenas uma área. ESG é de todo mundo", defendeu a diretora jurídica e de relações institucionais da Alares, Paloma Mansano.

Entre os desafios para os novos entrantes do mercado, o maior deles parece continuar sendo, para além de custos de adaptação, a mudança cultural da empresa, o esforço de disseminação da agenda em equipes que foram consolidadas ao longo dos anos, além das disparidades regionais. Mas, isso não impede o trabalho.

O diretor de relações institucionais da Ligga Telecom, Vitor Menezes, destacou que a empresa hoje encontra-se mais madura tratando de questões ambientais do que sociais e de governança, mas afirma que "mesmo tão jovem" a companhia está "tentando já nascer dessa maneira, praticar as ações da melhor forma possível".

Outro ponto destacado foi a importância do apoio da alta liderança para a implementação e sucesso da agenda ESG, item unânime para os representantes que participaram do debate. Eles defendem a necessidade de integrar metas ESG à remuneração e cultura da empresa para impulsionar à adesão às práticas.

"Temos que viver isso, tem que ser uma coisa natural, não imposta. Hoje uma das metas corporativas da Vero é uma linha de ESG. Eu acompanho indicadores e isso é uma meta da companhia que inclusive influencia a remuneração de todo mundo", argumentou o diretor de assuntos corporativos da Vero, Flávio Rossini.

Os participantes também enxergam como positiva a participação da Anatel na implementação de incentivos e a substituição de multas por obrigações de fazer relacionadas à agenda ESG, em detrimento de regulamentações excessivamente prescritivas.

Além disso, foi reconhecida a importância da tecnologia para organizar, mensurar e impulsionar ações ESG, como o uso de plataformas de gestão de dados e a integração de critérios ESG nos processos de inovação dos players.

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