A adoção de matrizes renováveis de energia e de programas de geração distribuída tem se tornado cada vez mais relevantes como componente de redução dos custos de energia das operadoras de telecom, indicaram TIM e Claro no TelecomESG, realizado nesta última quarta-feira, 27, em São Paulo.
Ao discutir o mercado de energia e a agenda da sustentabilidade durante o evento promovido por TELETIME, o diretor de infraestrutura da Claro, Hamilton Silva, apontou que o projeto da tele para área gera economias anuais da ordem de R$ 150 milhões, aliviando uma linha de custo que representa mais de R$ 1 bilhão ao ano. O próprio consumo da empresa tem crescido de 1% a 2% anualmente.
Diretor de Real Estate & Energy da TIM, Luiz Claudio Picolli também apontou que a conta de energia da companhia é próxima da casa do bilhão. A grosso modo, a adoção de matrizes energéticas tem permitido uma redução de cerca de R$ 70 milhões na linha de custos, ultimamente pressionada por aumentos anuais de até 5% no consumo.
Para endereçar a alta na demanda, as empresas têm apostado na geração distribuída. A TIM vai fechar o mês com 126 usinas de fontes renováveis arrendadas em 24 estados, devendo encerrar o ano com 134 e ultrapassar as 140 em 2025.
Já a Claro atingiu recentemente a marca de 100 usinas em operação, aponta Hamilton Silva. Há ainda outras 20 unidades em construção. Hoje dois terços das usinas utilizadas pela empresa para atendimento da rede de baixa tensão são solares, mas modelos como cogeração, biogás e pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) também são utilizadas.
Assim, a geração distribuída e o uso do mercado livre de energia respondem atualmente por 78% do consumo de energia do grupo. Já a TIM tem 85% do consumo atendido via geração distribuída e mercado livre, complementando o restante com aquisição de certificados para chegar ao status de 100% da energia oriunda de fontes renováveis.
Compartilhamento
A construção das usinas, contudo, também oferece desafios. Um deles é o atendimento no estado de São Paulo, seja pela baixa disposição de distribuidora de energia local (a Enel) ou pelo alto custo para aquisição de terrenos na região.
Na outra ponta, há locais onde o custo não fecharia a conta e onde modelos de compartilhamento são cogitados. Picolli, da TIM, aponta que a empresa já tem trocado figurinhas com a Vivo e que pretende envolver a Claro em conversas para possíveis projetos conjuntos.
A opção da geração distribuída compartilhada seria viável para projetos no Norte, onde a construção é mais complexa, indica a tele. Hoje a TIM só não tem usinas no Amazonas, Amapá e Roraima, mas está com projeto em andamento no primeiro.