A Algar Telecom está estudando internamente a possibilidade da criação de sua própria rede neutra de fibra óptica, ao mesmo tempo em que avalia a viabilidade de uso do modelo como inquilina, indicou a operadora mineira.
A estratégia foi sinalizada pelo diretor da InfraCo da Algar, Leovaldo Martins, durante o evento Teletime Tec, promovido por TELETIME em São Paulo nesta terça-feira, 28. A unidade de infraestrutura da empresa foi criada em maio deste ano para ajudar a operadora a avaliar o modelo – seja como inquilina ou como dona da infraestrutura.
"Faz parte da nossa estratégia e estamos avaliando alternativas em termos de ser cliente de outras redes neutras. Por outro lado, também avaliamos nossa infraestrutura e internamente criamos modelo onde nossa InfraCo já atende a nossa ClientCo interna. Isso exercita o modelo para que, eventualmente, se houver a decisão mais para a frente de também ser uma InfraCo para o mercado, a gente já tenha o aprendizado em diversas perspectivas", indicou Martins.
Ao TELETIME, o executivo detalhou que a eventual entrada da Algar no mercado de redes neutras passa por uma questão de "se e quando", na qual a empresa já está debruçada. Por ora, não é vista como necessária a chegada de um investidor estratégico para o projeto, como fizeram outras teles. Caso ingresse no segmento, a Algar vê o mercado empresarial como possível oportunidade ainda não totalmente atendida pelos players neutros atuais.
Já pelo aspecto de usuária, a Algar aponta que utilizar redes de fibra de parceiros em determinadas geografias está no planejamento da empresa para 2024. Para Martins, contudo, o grande desafio do modelo é a qualidade oferecida a partir da rede de terceiros, em comparação com o modelo proprietário.
Como apontado por este noticiário, a Algar também é um dos players que vê dificuldades no modelo de remuneração de usuárias de redes neutras e as proprietárias da infraestrutura. Para Martins, um ponto de equilíbrio entre inquilinas e e InfraCos ainda está para ser encontrado, diante da tendência de aumento de velocidades e redução de tíquetes. "Tem que existir algum espaço de discussão, para se ajustar à realidade que muda. Sem isso, não há longevidade".