Com a decisão da Verizon Wireless de abrir sua rede para que todos os provedores de conteúdo e integradores possam se conectar, o analista da Frost & Sullivan, Ronald Gruia, prevê que, no curto prazo, a decisão deve gerar um maior número de serviços inovadores. No entanto, ele destaca que esse ?curto prazo? deve ser entendido como no meio do ano que vem. ?Essa foi a primeira parte do anúncio. No ano que vem, eles vão dizer quais serão os requisitos técnicos que devem ser atendidos?, diz ele. "Eles estão abrindo a rede de uma maneira controlada".
Para Gruia, essa decisão ? que é radicalmente oposta ao posicionamento da Verizon até então ? foi uma resposta à exigência da FCC para o próximo leilão de faixas em 700 MHz. Ele explica que as regras da agência reguladora americana para este leilão prevêem uma abertura maior da rede, algo que empresas como a Google sempre defenderam. ?Eles querem participar dentro das regras do jogo?. Gruia disse que já esperava essa mudança de estratégia. Isso porque a Verizon retirou recentemente uma ação pedindo o cancelamento do leilão. ?Isso sinalizou a mudanca de posicionamento?, afirma Gruia. O executivo participou do evento Telcordia E5: Elements of Success, que termina nesta quinta-feira, 29 em São Francisco (EUA).
Para ele, a decisão significa também que o chamado ?wallet garden? a longo prazo não deve mais se sustentar. O termo e usado justamente para o modelo onde a operadora escolhe e sabe exatamente o conteúdo que trafega sobre suas redes. No futuro, para o analista, as redes wireless serão mais comuns do que e a internet. Ou seja, os usuários poderam acessar uma maior gama de conteúdo, uma vez que as operadoras abram suas redes para diferentes tipos de provedores. Ele não quis, no entanto, dizer sobre uma eventual mudança de modelo de negócio, que hoje é baseado no revenue share. ?Ainda e cedo, tudo que for dito agora sobre isso é pura especulação.?
Internacional
