A Anatel e a Fundação Lemann deverão anunciar em breve uma parceria para tratar da conectividade em escolas. A ideia é abordar o assunto utilizando, por exemplo, as informações do mapeamento microgranular anunciado pela agência e pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e que identificou um universo de 21,2 mil escolas públicas urbanas como "pilares" para projetos de banda larga.
"Nos próximos dias estaremos celebrando acordo de cooperação com a Fundação Lemann, que notoriamente tem o propósito de melhorar as condições de ensino", declarou o presidente da Anatel, Leonardo Euler, durante a apresentação do mapa com o BID nesta quinta-feira, 28.
Na ocasião, Euler ressaltou que o estudo fez um recorte particular para tratar das escolas, estimando o custo para a conectividade. Para ele, o levantamento vai permitir a elaboração de políticas públicas, notadamente com o Ministério da Educação. A pasta definirá os compromissos relacionados aos lotes da faixa de 26 GHz no leilão do 5G.
"Vários dos produtos dessa comparação com o BID daqui serão certamente o principal driver nas discussões junto à Fundação Lemann e, posteriormente, na interação com o MEC", destacou o presidente da Anatel.
No anúncio de parceria entre a Fundação Lemann e a ONG Instituto Escola Conectada em agosto, justamente para fazer um mapa da Internet para a educação, Euler esteve presente, mas a Anatel não tinha participação no projeto. Esse mapeamento, que também iria procurar identificar o quanto de investimento e custos operacionais (Capex e Opex), seria divulgado 30 dias após o início da parceria.
Clusters
Além das 21.230 escolas públicas, o projeto estima a cobertura de 3.771 unidades de saúde. O mapa estipulou locais que poderiam servir como centro de recebimento da conectividade – "pontos de máxima conectividade" (PCM). Foram identificados por meio de machine learning 2.334 PCMs, que formaram 26.153 clusters no País. "Depois, fomos ao interior de cada cluster, conectando com fibra as escolas", destacou o especialista em comunicações do BID e chefe do Projeto C2BD, Luis Gillermo Alarcon Lopez.
Ao todo, havia um universo de 165.596 escolas públicas, que poderiam ser conectados com fibra, cabo subfluvial, micro-ondas ou enlaces de satélites. O C2DB então aumentou o foco para chegar nas pouco mais de 21 mil instituições.